19 junho 2013

ESPANHOL É AMEAÇADO DE MORTE POR INVENTAR UMA LÂMPADA QUE DURA 100 ANOS

Fonte: Época Negocios (10/06/2013)



Uma lâmpada fluorescente dura cerca de 10 mil horas. São mais de 416 dias de uso direto, pouco mais de um ano. Bastante tempo. No entanto, o espanhol Benito Muros diz ter criado uma lâmpada que dura 100 anos (no video abaixo) e que está sendo ameaçado de morte por causa de sua criação.



Muros é o presidente de um movimento chamando ‘Sem Obsolescência Programada’ (SOP) e diz que, não só lâmpadas, mas muitos outros objetos de nosso dia a dia poderiam durar muito mais. Para ele, algumas peças essenciais para eletrodomésticos, por exemplo, são colocadas propositalmente próximas das partes que mais aquecem no objeto, diminuindo seu tempo de vida. Soma-se a isso, o uso de materiais de menor qualidade.



Na verdade, existe uma teoria - a da Obsolescência Programada - de que muitos fabricantes desenvolvem produtos de curta durabilidade para obrigar os consumidores a adquirir novos produtos de forma acelerada e sem uma necessidade real (acima). Segundo o espanhol, fazem parte dessa lista de itens como baterias de celular, computadores, geladeiras e televisões.



As lâmpadas e a causa de Muros e da SOP querem desenvolver um novo conceito empresarial, baseado no desenvolvimento de produtos que não caduquem. Além de terem mais tempo de vida, as lâmpadas desenvolvidas com a Oep Electrics, gastam 70% menos energia que as fluorescentes, e não queimam ao ser acesas e apagadas várias vezes seguidas. A OEP garante dez mil comutações diárias.

OBSOLESCENCIA PROGRAMADA: ENTREVISTA A BENITO MUROS, CREADOR MOVIMIENTO S.O.P.



"Hoje, por exemplo, temos uma lâmpada que está acesa a 111 anos em um parque de bombeiros de Livermore [California]. Foi então que surgiu a ideia de criar, junto com outros engenheiros, uma linha de iluminação que dure toda a vida”, disse ele à publicação.



No entanto, Muros diz que a descoberta também gerou ameaças. O espanhol chegou a apresentar um recado à polícia que dizia: "senhor Muros, você não pode colocar seus sistemas de iluminação no mercado. Você e sua família serão aniquilados”. Apesar disso, ele conta que não se sentiu ameaçado e que irá continuar defendendo a SOP.

13 junho 2013

“OCEAN CLEANUP ARRAY”: ESTUDANTE DE 19 ANOS CRIA UMA MÁQUINA PARA LIMPAR O PLÁSTICO DOS OCEANOS



Milhões de toneladas de detritos de plástico estão poluindo os oceanos de forma definitiva. Os resíduos atingem os mares por terra, principalmente através de rios e canais e, em seguida, se acumulam em cinco áreas espalhadas pelos oceanos, chamadas ‘giro’ - local onde as correntes oceânicas circulam mais lentamente devido aos poucos ventos e aos sistemas de pressão extremamente altos, que estariam ‘segurando o lixo’ e criando um acúmulo de plástico, apelidado de 'Garbage Patches'.

VIDEO: SOPA PLÁSTICA, O LIXÃO DO OCEANO PACÍFICO (GLOBO - FANTÁSTICO)



O problema não só a questão da exterminação direta de centenas de milhares ou mesmo milhões de animais aquáticos anualmente, mas principalmente porque o plástico serve como um meio de transporte para poluentes (incluindo PCB e DDT), e a sua contaminação pode se espalhar por algas nocivas e outras espécies invasivas, acumulando-se na cadeia alimentar.



A poluição por plástico custa, para o governo, empresas e indivíduos, milhões de dólares em prejuízos por ano, devido à perda do turismo, aos danos com transportes marítimos e na limpeza (ineficiente) das praias. A solução definitiva para esta mazela é clara: parar de consumir itens com embalagens descartáveis de plástico, gerir adequadamente a emissão mundial de resíduos no mar, e nos conscientizar dos problemas que o lixo cria. E isso requer mudanças dramáticas na legislação, em todos os níveis.



No entanto, mesmo assim é preciso retirar o que já está nos oceanos, e para isto vamos precisar de uma combinação de ambos os mundos (conscientização e legislação) muito em breve.

VIDEO: CAPITÃO CHARLES MOORE FALA SOBRE OS OCEANOS DE PLÁSTICO



“OCEAN CLEANUP ARRAY”

Em 2011, juntamente com o amigo Tan Nguyen, o holandês Boyan Slat, estudante de engenharia, começou a escrever sua dissertação final no último ano do ensino secundário, pesquisando a possibilidade de remediar as ‘manchas’ de lixo oceânico espalhadas pelo planeta.



Investindo mais de 500 horas de trabalho (em vez das 80 horas necessárias), o estudo ganhou vários prêmios, incluindo o de ‘Melhor Desenho Técnico de 2012’ na Delft University of Technology. Boyan continuou o desenvolvimento do seu conceito durante o verão de 2012, e o revelou, alguns meses mais tarde, no TEDxDelft 2012.

VIDEO: BOYAN SLAT EXPLICA SEU INVENTO (ative a legenda)



Boyan Slat desenvolveu o projeto de uma máquina chamada “Ocean Cleanup Array”, que atuaria como um gigantesco filtro com capacidade de retirar mais de 7 milhões de toneladas de plástico flutuante dos oceanos, em um período de 5 anos por giro, eliminando inclusive a área mais atingida, conhecida como "Giro do Pacífico Norte" (veja mais clicando aqui).



A estratégia do ‘Ocean Cleanup Array’ é utilizar o movimento do plástico no mar em vantagem própria. Mover-se através dos oceanos para recolher o plástico seria caro, desajeitado e poluente, e resultaria em enormes quantidades de equipamentos para a sua captura. Então o melhor a fazer é deixar as correntes rotativas transportar os detritos até o dispositivo.



A estrutura seria posicionada nos pontos de concentração de lixo – giros - e seria capaz de retirar todo o material flutuante. A matriz de limpeza do oceano seria localizada paralelamente às rotas de navegação, evitando obstruir o transito de embarcações - a maioria dos giros está localizada em áreas pouco percorridas e a matriz de limpeza do Oceano terá de ser mapeada.



Com o ‘Ocean Cleanup Array’, um conjunto de barras flutuantes ancoradas em plataformas de processamento mediria o raio de cada giro, atuando como um ‘funil’ gigante em que o ângulo da sua posição criaria um ‘sugadouro’. Em seguida, os resíduos entram nas plataformas, para serem filtrados e armazenados até a sua recolha para reciclagem em terra.





Ao utilizar dispositivos flutuantes ao invéz de redes, áreas muito maiores seriam cobertas. Além disso, há uma enorme variedade de tamanhos de detritos. A ausência de redes - junto a sua baixa velocidade - significa que mesmo as menores partículas são desviadas e extraídas.



Uma das vantagens mais significativas do uso de barras flutuantes ao invéz de redes é que a vida marinha não pode ser pega nelas - as espécies planctônicas poderão se mover sob as barras, juntamente com o fluxo de água. O transporte dos detritos ao longo das barras é conduzido pelas correntes, e lento o suficiente para que os organismos possam escapar.



Também, as plataformas serão completamente auto-sustentáveis, recebendo a sua energia a partir do sol, das correntes e ondas. Além disso, deixando as ‘asas’ (barras) das plataformas balançar como as de uma arraia real é possível garantir o seu contato com a superfície, mesmo no clima mais áspero.

VIDEO: ESTUDANTE DE 21 ANOS CRIA DISPOSITIVO PARA LIMPAR OS OCEANOS



POTENCIAL LUCRATIVO

As vantagens financeiras podem melhorar muito as chances de a execução do projeto. De acordo com estimativas atuais - devido à eficiência sem precedentes do plano - os benefícios da reciclagem superam significativamente os custos da execução do projeto. Este conceito é tão eficiente, que a venda do plástico recolhido nos oceanos geraria, de fato, mais dinheiro que o custo da execução do plano, tornando o projeto potencialmente lucrativo.

VIDEO: ILHA FEITA DE PLÁSTICO RECICLADO DO OCEANO



A ilha reciclada é uma proposta para reutilizar o lixo plástico no Giro do Pacífico Norte na construção de um novo habitat flutuante. O vídeo apresenta o conceito de design para a reciclagem. (www.recycledisland.com)

Apesar da qualidade do plástico ser um pouco menor do que o plástico regular reciclado ele pode, por exemplo, ser misturado a outros materiais plásticos para produzir produtos de alta qualidade. Além disso, sua comercialização através da marca ‘Ocean Plastics’ pode aumentar ainda mais o valor do plástico e criar uma consciência com o consumidor.



VIABILIDADE

Atualmente, apenas ¼ do estudo de viabilidade foi realizado. Embora os resultados preliminares pareçam promissores, e a equipe - com cerca de 50 engenheiros, modeladores, peritos externos e estudantes - esteja fazendo um bom progresso, ainda não existe a intenção de apresentar o conceito como uma solução, porque ele está em fase de investigação. O projeto está realizando um amplo estudo de viabilidade nas áreas da engenharia, oceanografia, economia, reciclagem, direito marítimo e muito mais. O resultado do estudo será publicado on-line (http://www.boyanslat.com/) ao longo do tempo.

DOCUMENTÁRIO LEGENDADO: ADDICTED TO PLASTIC - 2008



O ‘Ocean Cleanup Array’ não é a solução não é perfeita. Apesar da capacidade de recuperar bilhões de quilos de plástico dos oceanos, isto não corresponderia aos 100% dos detritos que estão nos oceanos do planeta. É preciso enfatizar a importância da reciclagem e da redução do consumo de produtos com embalagens plásticas. Além disso, através do desenvolvimento de sistemas que vão interceptar o plástico antes de atingir o mar, espera-se reduzir ainda mais o impacto do plástico nos oceanos.

DOCUMENTÁRIO COMPLETO: PLASTICIZED



PLASTICIZED é um relato íntimo da primeira expedição científica realizada pelo Instituto “5 Gyres”, através do centro do Oceano Atlântico Sul, com foco em resíduos de plástico. Uma história reveladora sobre a missão do instituto global para estudar os efeitos, a realidade e a escala de poluição de plástico em todo o mundo.