31 dezembro 2012

CONCEITO: MERCEDES-BENZ ENER-G-FORCE


Desde 2005, o Salão do Automóvel de Los Angeles realiza uma competição de design voltada para o futuro – o Los Angeles Design Challenge. Em 2012, o tema da mostra indagou como seriam os veículos da polícia em 2025. Ainda, as criações deveriam responder aos novos desafios, de proteger e servir o público, e respeitar as normas ambientais na emissão de gases. Entre as propostas apresentadas, a Mercedes-Benz resolveu rever os princípios básicos dos utilitários esportivos.


O conceito Ener-G-Force é um SUV (sport utility vehicle) voltado para o off-road, mas muito mais amigável ao meio-ambiente do que os modelos movidos a gasolina e diesel.
Para o projeto, a Mercedes se baseou em um dos seus modelos mais emblemáticos do ‘off-road’, o Classe G – um ícone que mantém suas características de um utilitário esportivo forte e clássico, com linhas retas e um conjunto mecânico pronto para grandes desafios, desde o seu lançamento em 1979.

VIDEO: MERCEDES-BENZ ENER-G-FORCE TEASER



A proposta da Mercedes - através do seu centro de design norte-americano - para a polícia do futuro implica que ela terá de se adaptar às estradas movimentadas, mesmo quando monitoradas e controladas, devido ao crescimento da população e mudanças no comportamento humano.
A Mercedes-Benz acredita que dentro de algumas décadas as pessoas irão procurar, cada vez mais, atividades ao ar livre em suas horas de lazer e a população seguirá sedenta pelo espirito de liberdade e de aventura. Com isso o Ener-G-Force terá que chegar a lugares de difícil acesso e transpor obstáculos com facilidade.


Como o veículo é destinado a enfrentar terrenos irregulares e inóspitos, ele possui tração integral. Deste modo, a opção dos projetistas da Mercedes foi acoplar um conjunto de motores elétricos, movidos a partir da energia gerada por células de hidrogênio. Cada roda tem seu próprio motor, que garante um sistema independente de tração para um carro que anda com facilidade sobre todo o tipo de terreno. Um dos itens de preparação para isso são as gigantescas rodas de 20 polegadas, calçadas com agressivos pneus para todos os tipos de terreno.


A reinterpretação policial do G teve sua área envidraçada reduzida para promover uma maior segurança aos policiais que ocupam o seu habitáculo, sem prejudicar a visibilidade do condutor. O efeito, além de expor menos os ocupantes, aumentou sua esportividade e garantiu uma imagem que impõem respeito. Outra mudança incorporada foi o arredondamento de seus traços. Ele ganhou músculos, ficando aparentemente mais agressivo e moderno.


A frente marcante do Classe G ganhou um conjunto óptico que deixou o visual do veículo ainda mais imponente e com características futuristas, mas conservou seus pormenores estilísticos - recuperando a forma retangular com a ampla grade superior. Os faróis têm o formato de G e acompanham luzes em LED e piscas laterais instalados acima do para-choque dianteiro.
As saias laterais com design diferenciado tem múltipla função; estribo para facilitar a entrada dos passageiros e armazenamento de energia. A cor das saias vai mudando para identificar a quantidade de energia armazenada.


No teto do carro, um sensor topográfico monitora o espaço e fornece dados ao motorista sobre as condições do percurso, que permitirão ao condutor tomar decisões para configurar a suspensão e o câmbio do carro da melhor maneira possível para superar os obstáculos. O sistema inédito batizado de ‘Terra-Scan’ é um scanner de 360 graus que fica ligado permanentemente. O funcionamento dessa tecnologia também pode ser automatizado: um computador recebe as leituras topográficas e, sozinho, faz todos os ajustes mecânicos.


Ainda no teto, o Ener-G-Force armazena água em tanques e a transfere para o ‘hydro-tech converter’, convertendo-a em hidrogênio para operar as células de combustível. A autonomia é de mais de 800 quilômetros. Esta tecnologia prevista para o Ener-G-Force - os reatores que convertem água em hidrogênio para alimentar as células de combustível - ainda não está disponível. Por isso a Mercedes espera que o Ener-G Force só deixe de ser um conceito em 2025.





Outro item de segurança que afeta diretamente o design do Ener-G-Force é o conjunto de luzes de emergência localizadas em um rack integrado ao teto do SUV, juntamente com o sistema de sirenes do highway patrol.
"O Ener-G-Force é a visão de um todo o terreno que, apesar de refletir as aventuras de amanhã, invoca os genes do ícone da Mercedes-Benz, o modelo G", disse o diretor de design da Mercedes Gorden Wagener.

VIDEO: MERCEDES-BENZ ENER-G-FORCE CONCEPT



06 dezembro 2012

OSCAR NIEMEYER MORRE AOS 104 ANOS



Oscar Niemeyer, principal nome da arquitetura no Brasil, morreu no Rio de Janeiro às 21h55 do dia 5 de dezembro (quarta-feira), aos 104 anos. Reconhecido internacionalmente por suas obras, Niemeyer completaria 105 anos em 15 de dezembro. Ele estava ao lado da mulher, Vera Lúcia, 67, de sobrinhos e de netos no momento da morte. Cerca de dez pessoas o acompanhavam em seu quarto.


Niemeyer estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, desde o dia 2 de novembro, a princípio para tratar de um quadro de desidratação. Desde então ele apresentou uma hemorragia digestiva e houve piora em sua função renal. Na terça-feira (4), seu quadro clínico se agravou com uma infecção respiratória. Era a sua terceira internação em 2012.

VIDEO: OSCAR NIEMEYER MORRE AOS 104 ANOS



A presidente Dilma Rousseff ofereceu o Palácio do Planalto, em Brasília, para o velório de Niemeyer, na quinta-feira. No final do dia o corpo retornou ao Rio de Janeiro, onde aconteceu uma cerimônia restrita a família e amigos no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio. Na manhã de sexta-feira (7), o espaço foi aberto ao público e na mesma tarde aconteceu o enterro no cemitério São João Batista, em Botafogo.


Em fevereiro deste ano, Niemeyer fez uma visita ao Sambódromo, para conferir a fase final das obras de ampliação da Passarela do Samba que mantiveram o traçado original que o arquiteto projetou há 30 anos. Ele enfrentou o sol forte de meio-dia e percorreu num carrinho aberto toda a extensão da Avenida.
Em 6 de junho a designer Anna Maria Niemeyer, única filha de Oscar Niemeyer, morreu, aos 82 anos, em consequência de um enfisema pulmonar. Na ocasião, ele não pôde comparecer ao enterro por recomendações médicas.

TRAJETÓRIA

Nascido no bairro de Laranjeiras em 15 de dezembro de 1907, no Rio, Oscar Niemeyer se formou em arquitetura e engenharia na Escola Nacional de Belas Artes em 1934. Em seguida, trabalhou no escritório dos arquitetos Lúcio Costa e Carlos Leão, onde integrou a equipe do projeto do Ministério da Educação e Saúde. O arquiteto foi, ao lado do urbanista Lucio Costa, o criador de Brasília.

VIDEO: UM BREVE PASSEIO PELA OBRA DE NIEMEYER



No entanto, seus primeiros trabalhos foram uma igreja e um cassino às margens da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Por indicação de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, Niemeyer projetou, no início dos anos 1940, o Conjunto da Pampulha, que se tornaria uma de suas obras brasileiras mais conhecidas.


As linhas inovadoras do pequeno templo dedicado a São Francisco tornaram Niemeyer famoso em todo o país. "Este projeto teve muito êxito porque era diferente: uma arquitetura mais leve e solta, cujas formas tentavam surpreender. Este primeiro trabalho foi muito importante para mim", disse Niemeyer.

VIDEO: LAGOA DA PAMPULHA



Em 1945, o arquiteto ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), entrando em contato com Luiz Carlos Prestes e outros políticos. Ao longo das décadas, travou amizades com diversos líderes socialistas ao redor do planeta, viajando constantemente à União Soviética e Cuba.

DOCUMENTÁRIO: OSCAR NIEMEYER - O ARQUITETO DO SÉCULO (COMPLETO E DUBLADO) // BIO. HD



Durante os anos 50, projetou obras como o edifício Copan e o parque Ibirapuera, ambos em São Paulo, além de comandar o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Novacap, responsável pela construção de Brasília.


Ao lado de urbanista Lúcio Costa, ajudou a dar forma à nova capital. De sua prancheta saíram os prédios do Congresso, dos palácios do Planalto, da Alvorada e do Itamaraty e da catedral. Inaugurada em abril de 1960, Brasília transformou a paisagem natural do Brasil central em um dos marcos da arquitetura moderna.



Niemeyer lamentava que Brasília tenha terminado dividida entre pobres e ricos, e que as favelas tenham ocupado mais lugar que a cidade projetada originalmente. Para ele, as cidades deveriam ter uma densidade demográfica limitada, e sempre contar com um cinturão verde a seu redor.

TRABALHO NA EUROPA

O arquiteto brasileiro também surpreendeu com suas criações no resto do mundo.
Trabalhou com Le Corbusier no edifício da ONU, em Nova York, e idealizou prédios como a sede do Partido Comunista na França, a Universidade de Constantino, na Argélia, e a matriz da editora Mondadori, na Itália.
Em 1947, Niemeyer fez parte da comissão de arquitetos que definiria o projeto da sede da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York. A proposta elaborada por Niemeyer com o franco-suíço Le Corbusier serviu de base para a construção do prédio, inaugurado em 1952.

VIDEO: OSCAR NIEMEYER E A ONU



Várias dessas obras foram concretizadas durante seu exílio na Europa, após abandonar o Brasil, em 1966, perseguido pelo regime militar. Niemeyer se mudou para Paris, onde abriu um escritório de arquitetura. Lá, projetou a sede do Partido Comunista Francês, fez o Centro Cultural Le Havre, atualmente Le Volcan, realizou obras na Argélia, na Itália e em Portugal.

RODA VIVA | OSCAR NIEMEYER | 12/07/1997



Niemeyer sempre foi um idealista. Na juventude, militou no Partido Comunista, que chegou a presidir entre 1992 e 1996, e nunca abandonou sua defesa dos pobres e dos governos de esquerda no Brasil e no resto da América Latina.
"O papel do arquiteto é lutar por um mundo melhor, onde se possa fazer uma arquitetura que sirva a todos, e não apenas a um grupo de privilegiados", disse.

RETORNO AO BRASIL

Após a anistia, retornou ao Brasil, no início dos anos 1980. No Rio, projetou os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública, apelidados de "brizolões") e o Sambódromo, durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Estado (1983-1987).
Em 1988, Niemeyer se tornou o primeiro brasileiro vencedor do prêmio Pritzker - o Oscar da arquitetura. Depois dele, Paulo Mendes da Rocha recebeu a honraria, em 2006. Ainda em 1988, Niemeyer elaborou o projeto do Memorial da América Latina, em São Paulo.

VIDEO: MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE NITERÓI



Nos anos 1990 e 2000, a produção de Niemeyer continuou em alta, com a inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ), o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e o Auditório Ibirapuera, dentro do parque, em São Paulo.
Em 2003, exibiu sua versão de um pavilhão de exposições na tradicional galeria londrina Serpentine - que todo ano constrói um anexo temporário.

VIDEO: CENTRO NIEMEYER EM AVILES, NA ESPANHA



Em 2007, projetou o Centro Cultural de Avilés, sua primeira obra na Espanha, construída durante três anos ao custo de R$ 100 milhões. Inaugurado em março de 2011, o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer foi fechado após nove meses - no dia do aniversário de 104 anos de Niemeyer, em meio ao agravamento da crise econômica, desentendimentos entre o governo local e a administração do complexo. Em meados de 2012, no entanto, o centro foi reaberto.

VIDEO: A CIDADE ADMINISTRATIVA EM MINAS GERAIS



Mais de 60 anos após a realização do Conjunto da Pampulha, o arquiteto voltou a assinar um projeto de grande porte em Minas Gerais em 2010, com a inauguração da Cidade Administrativa do governo do Estado, na Grande Belo Horizonte.
Atualmente, em Santos, está em execução o projeto de Niemeyer para o museu Pelé. A previsão é que a obra seja concluída em dezembro de 2012.

VIDEO: OSCAR NIEMEYER 101 (legendas em inglês)



Além de Vera, com quem se casou em 2006, Niemeyer deixa quatro trinetos, 13 bisnetos e quatro netos, filhos de Anna Maria - sua única filha, morta em junho deste ano aos 82 -, fruto de seu casamento com Anita Baldo, de quem ficou viúvo em 2004.

A VIDA É UM SOPRO

”Oscar Niemeyer – A vida é um sopro” é um filme que busca (re)construir a história do maior ícone da Arquitetura Moderna Brasileira. Uma história indissociavelmente ligada às transformações do país neste último século.
No documentário, de 90 minutos, o arquiteto conta de forma descontraída como concebeu seus principais projetos. Mostra como revolucionou a Arquitetura Moderna, com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades de utilização do concreto armado. Fala também sobre sua vida, seu ideal de uma sociedade mais justa e de questões metafísicas acerca do Homem.

VIDEO: “A VIDA É UM SOPRO” - Documentário completo


Produzido pela Santa Clara Comunicação e rodado em vídeo digital e 16mm no Brasil, na Argélia, França, Itália, Estados Unidos, Uruguai, Inglaterra e Portugal, “A vida é um sopro” é costurado por imagens de arquivo inéditas e raras, e por depoimentos de personalidades como os escritores José Saramago, Eduardo Galeano e Carlos Heitor Cony, o poeta Ferreira Gullar, o historiador Eric Hobsbawn, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, o ex-presidente de Portugal Mário Soares e o compositor Chico Buarque.


02 dezembro 2012

MODELO DE CABEÇA CHINESA DECAPTADA - c. 1910-1922


Este modelo de cabeça é, declaradamente, de um pirata chinês do rio Yangstze, executado por decaptação. É confeccionado em gesso pintado, e a trança longa, os cílios e as sombrancelhas, foram feitos com o implante de cabelo humano real.


É uma peça particularmente repugnante porque mostra o pescoço cortado com grande minúcia anatômica - as artérias, veias e medula espinhal, são modeladas com precisão. A cabeça também tem a sua própria caixa de transporte, manchada de sangue.


O mistério que cerca este objeto sangrento, o torna particularmente impressionante. Sua origem e o seu propósito são desconhecidos. O modelo foi feito na Inglaterra, no início do século passado, possivelmente para ser usado em uma exposição.



A pirataria era abundante na China e no sudeste da Ásia, nos séculos 19 e início dos 20. A área tem uma geografia marítima complexa e os navios de comerciantes que passavam, levando especiarias, moedas, chifres (usado para medicina) e madeiras raras, eram alvos fáceis. No entanto, as punições por pirataria foram graves, e enforcamentos e execuções eram represálias comuns.

Link externo – Science museum