31 maio 2012

ESCULTURA CINÉTICA: AS “STRANDBEESTS” DE THEO JANSEN


O holandês Theo Jansen (1948) é engenheiro e artista para a escultura cinética. Estudou ciências na Universidade de Delft e dedicou sete anos à pintura antes de enveredar pela robótica. Em 1980 criou um robô que desenhava grafites, e uma espécie de disco voador – que voou mesmo e causou tumulto nas ruas de Delft.


Desde 1990, Jansen se dedica a criar vida artificial através de algoritmos genéticos, que simulam a evolução e podem ser modificados para resolver uma variedade de problemas. Foi com base nesses modelos computacionais, que permitem ao artista elaborar a movimentação das estruturas, que Jansen começou a criar suas esculturas cinéticas, nomeadas de ‘Bestas da Praia’ ou “Strandbeests” (no original holandês).

VIDEO: ENGENHOS MECÂNICOS CAPAZES DE CRIAR VIDA (em espanhol)



Há cerca de mais de vinte anos, Jansen começou a desenhar criaturas no computador, em seu laboratório na cidade de Ypenburg. Criou uma série de animais virtuais que disputavam corridas no computador. Inspirado pela teoria da evolução de Darwin, descartava os modelos lentos e tentava aprimorar os mais velozes. Deste modo, instaurava uma ‘seleção natural’ para a evolução de seus animais.


Hoje, a obra de Jansen é especialmente conhecida pelas estruturas de grandes dimensões que se assemelham a esqueletos de animais pré-históricos e se movimentam. A partir de material leve e barato – tubos plásticos, fios de náilon, garrafas pet, etc. –, as “Strandbeests” são movidas pelo vento, que articula suas engrenagens e as faz caminharem sobre a areia nas praias da Holanda. Essas criaturas impressionam pela complexidade de seus movimentos aleatórios, e dão a impressão de estar vivas. Sua obra é uma mistura de arte e engenharia.

VIDEO: PREVIEW DO DE NEW FORM OF LIFE - THEO JANSEN’S STRANDBEESTS –BBC (em inglês)



As criações de Jansen possuem cérebros primitivos, baseados em contagem binária, que são utilizados para localizar sua posição na praia. As criaturas precisam localizar-se para ficarem longe dos principais perigos: o oceano, o fim da praia e principalmente tempestades. Neste sentido, Jansen já resolveu questões relativas à locomoção, armazenamento de energia e adaptação a condições adversas.
As estruturas que correspondem às ‘pernas’ das esculturas movem-se mantendo o eixo ao mesmo nível, proporcionando uma caminhada segura na areia. No que o artista chama de ‘estômago dos animais’, estão posicionadas diversas garrafas pet para armazenar o ar que gera a energia para ser usada em situações de pouco vento.


Ainda, a estrutura do corpo, feita com tubos de plástico, consegue evitar a água e se ‘ancorar’ na areia durante uma tempestade. Para evitar a água, o mecanismo funciona através de um tubo que suga o ar perto do solo. Na medida em que se aproxima da água e tem o fluxo de ar interrompido, a estrutura encontra resistência e muda de direção. Para resistir às tempestades, a força dos ventos aciona um dispositivo que enterra uma estaca na areia, exercendo a função de âncora.


Em uma de suas criações mais recentes, nomeada “Animaris Siamesis”, estruturas siamesas são unidas para evitar que sejam tombadas pela força dos ventos. Também, essas estruturas possuem o maior estômago entre as criações de Jansen, representando uma evolução.

Foto - Animaris Siamesis

Outra invenção recente é o ‘Animaris Rhinoceros’, que, apesar de ter 2 toneladas, também anda com a força do vento, ou puxada por uma pessoa, sem grande esforço. É possível instalar passageiros sentados dentro da estrutura, que pode funcionar como um meio de transporte. Jansen sonha com o ‘Animaris Mammoth’, uma versão de 12 toneladas que abrigaria várias salas em seu interior.

Foto - Animaris Rhinoceros

O objetivo do artista é fazer com que as esculturas sejam totalmente independentes e consigam ‘sobreviver’ nas praias por si só, sem ajuda alguma. Jansen quer produzir criaturas realmente ‘vivas’, reunidas em ‘manadas’ cujos integrantes competem entre si para se reproduzir. "Eu busco refazer a natureza com a idéia de que, no processo, possa revelar alguns segredos da vida", diz.
Apesar do efeito estético das esculturas, Jansen confessa que quando planeja um novo animal está mais preocupado com o seu funcionamento. Contudo, com a peça terminada, a estética da criatura impressiona, mesmo que a parte funcional não esteja perfeita.

THEO JANSEN: MY CREATIONS, A NEW FORM OF LIFE – TED



A obra de Jansen costuma ser exposta tanto em mostras de arte quanto em salões de robótica e convenções de inventores. A arte cinética já vem se tornando uma tradição entre as vanguardas do século XX. As criações de arte cinética alcançam o propósito estético quando estão em movimento ou têm partes móveis, quer através de vento, quer através de motores convencionais ou da tração humana.

VIDEO: ARTE CINÉTICA: ESCULTURA EM MOVIMENTO (em inglês)
Exposição de arte cinética ‘Escultura em Movimento’ que aconteceu no Jardim Botânico de Atlanta em 31 de outubro de 2008. Na ocasião, 16 dos mais proeminentes artistas cinéticos mostraram 25 esculturas que se movem utilizando energia eólica e solar, ondas sonoras e até mesmo a energia humana.



A primeira escultura cinética é atribuída a Marcel Duchamp, mas esta arte se afirmou a partir dos móbiles desenhados pelo americano Alexander Calder, que balançam com a força do vento. Neste sentido o holandês Theo Jansen, que se define como um escultor cinético, um artista que esculpe o ar a nossa volta, levou esta arte alguns passos adiante. Suas obras andam pelas praias holandesas onde o artista as instala.

VIDEO: ALEXANDER CALDER



Num momento em que a "vanguarda" se tornou convencional, Jansen reaviva a figura do artista-inventor. O nome paradigmático dessa categoria foi Leonardo da Vinci, cujos desenhos fixaram concepções e anteciparam projetos para o futuro como o helicóptero, o submarino, a bicicleta. Mas nenhuma dessas ideias futuristas foi colocada para funcionar.

APRESENTAÇÃO: THEO JANSEN, O GRANDE SIMULADOR (inglês)


22 maio 2012

ARQUITETURA: SOLOMON R. GUGGENHEIM MUSEUMS


Duas cidades de ambos os lados do Oceano Atlântico, e uma fundação determinada a globalizar e impactar a sociedade. Dois arquitetos, cada um criando uma obra-prima para abrigar sua coleção, e milhões de cidadãos expostos a duas das mais inovadoras e importantes obras de arte da arquitetura. Os Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova York e Guggenheim Bilbao, na Espanha, transcendem sua finalidade comum de abrigar uma coleção de arte, e se tornam ícones culturais - obras de arte em si.


O design inovador e de ambos os edifícios continuam a inspirar uma vasta gama de emoções, desde os freqüentadores do museu, até os críticos de arte. Ainda hoje, meio século após a abertura do Museu Guggenheim em Nova York, e mais de uma década após a abertura do seu homólogo em Bilbao, estas estruturas são consideradas ousadas declarações arquitetônicas.

FRANK LLOYD WRIGHT E O MUSEU SOLOMON R. GUGGENHEIM, EM NY


Desde a sua criação em 1937, no Upper East Side, a Fundação Solomon R. Guggenheim tem sido uma instituição de destaque para a recolha, preservação e pesquisa da arte moderna e contemporânea. Em sua primeira iniciativa fundou o ‘Museu de Pintura Não-objetiva’, para exibir arte vanguardista de artistas modernos da como Kandinski e Mondrian. Em 1959, já denominado Solomon R. Guggenheim Museum, foi transferido para lugar onde se encontra atualmente (na 5 ª Avenida com a Rua 88, diante do Central Park), quando ficou pronto o edifício desenhado pelo arquiteto Frank Lloyd Wright.

DOCUMENTÁRIO: O MUSEU GUGGENHEIM



Naquela época, a intenção de Guggenheim (1861-1949), filho de imigrantes suíços de origem judaica que se estabeleceram nos EUA por volta de 1850, era preservar seu vasto acervo particular, mas não sabia quem eleger como arquiteto para o museu, então pediu ajuda à baronesa Hilla von Rebay. Eles procuravam um arquiteto que pudesse dar-lhes uma nova forma de abrigar e mostrar arte, que criasse um espaço digno e reflexivo para as peças da coleção.


Frank Lloyd Wright, Salomon R. Guggenheim e Hilla von Rebay em 1945

Rebay escolheu Wright porque era o arquiteto mais famoso do momento, reconhecido pela sua visão de futuro, e pela capacidade de satisfazer o custo da obra mantendo a criatividade nos projetos. No verão de 1943, o arquiteto recebeu uma carta da baronesa, que era artista e curadora, pedindo ajuda na concepção de um museu para abrigar a coleção de pinturas ‘non-objective’ do empresário e colecionador Solomon R. Guggenheim.


O Museu Solomon R. Guggenheim é um marco histórico nacional e um ícone cultural - uma obra de arte por direito próprio, que proporciona a experiência das grandes obras de arte. Em outros museus, é tudo sobre a arte, mas nele a história é o edifício também.
O audacioso projeto foi último trabalho importante e a primeira construção de Wright na cidade de Nova York. Demorou mais de quinze anos e 700 esboços para a concepção do edifício. Infelizmente nem Solomon Guggenheim, nem Wright viveram para vê-lo aberto - dez anos após a morte do fundador e seis meses depois da morte do arquiteto, o Museu Guggenheim abriu suas portas e recebeu os visitantes pela primeira vez. As formas pouco convencionais da obra provocaram muitas críticas.


A ideia central por trás do projeto é a de um espaço da galeria em espiral. Isto foi conseguido em pouco mais de seis lances de rampas e paredes inclinadas. A espiral cria uma verticalização forte que flui suavemente para cima até chegar ao topo, que Wright deixou aberto para abrigar uma claraboia acima do átrio, oferecendo a principal fonte de luz em toda a galeria.


A fim de reforçar o efeito da iluminação Wright projetou a espiral de tal forma que mesmo os andares inferiores captam a iluminação da claraboia, enquanto a iluminação focal é embutida em tetos e paredes. Wright esperava que isso criasse um espaço mais intimista e pessoal para o espectador. A ideia de movimento e fluidez foi primordial na concepção do arquiteto. "Uma cadeira de rodas pode ir para cima e para baixo. Não para em nenhum lugar...”.

DOCUMENTÁRIO: PEGGY GUGGENHEIM (em italiano)



Enquanto Solomon adquiria suas peças nos EUA, sua sobrinha Peggy fazia o mesmo na Europa, buscando muitas das obras que hoje estão expostas no museu. Em 1980, Peggy deu o primeiro impulso para a manutenção do acervo da família fundando o museu ‘Peggy Guggenheim Collection’, em Veneza, cuja coleção foi avaliada em mais de US$ 40 milhões.


De 1983 a 1992 o Museu Guggenheim de NY fez uma ampliação com uma torre retangular mais alta que a espiral original, que gerou uma forte controvérsia.
Um anexo de nove andares e quase 20 mil metros quadrados foi erguido por Charles Gwathney e Robert Siegel atrás do edifício original. A ampliação custou aos cofres da fundação do museu cerca de U$ 60 milhões e dois anos de portas fechadas ao público.

VIDEO: CONHEÇA OS MUSEUS DO SoHo



A revitalização do Guggenheim deu-se em várias direções. Ainda no mesmo ano, foi construída uma sucursal da instituição no SOHO, um dos bairros mais badalados de Manhattan. Após uma reforma confiada à prancheta do japonês Arata Isozaki, os seis andares de um prédio antigo de tijolo aparente, típico da região, se transformaram no amplo cenário das mais contemporâneas mostras e expressões artísticas.

FRANK GEHRY E O MUSEU GUGGENHEIM BILBAO, NA ESPANHA

Outro braço da fundação cultural foi inaugurado em Bilbao, no país basco. Em vidro, pedra e titânio, foi construído um prédio com 22 mil metros quadrados, dos quais 10 mil metros destinados às exposições, um quinto da área útil do museu do Louvre, o maior do mundo. Escolhido por concurso, o projeto do norte-americano Frank Gehry concilia ousadia com funcionalidade.


Com base em muitas das mesmas idéias defendidas por Wright para o museu de Nova York (movimento e fluidez), o Museu Guggenheim Bilbao, desenhado pelo arquiteto canadense naturalizado norte-americano Frank O. Gehry, se contorce descontroladamente ao longo da margem industrial do Rio Nervión, no antigo porto da cidade de Bilbao, região basca da Espanha.
O museu foi encomendado pela cidade como parte de um esforço para revitalizar Bilbao, atrair mais pessoas e o comércio. As autoridades da cidade foram até o diretor da Fundação Guggenheim, Thomas Krens, e propuseram colocar um novo museu no centro de Bibao.


A primeira idéia da Fundação Guggenheim para a implantação do museu consistia na adaptação de um antigo armazém de vinho, conhecido como o Alhondiga - com 28 000 m2, construído no princípio do século -, mas logo ficou evidente que as restrições físicas da arquitetura dos prédios originais nunca iriam permitir uma transição suave para um museu moderno. Fez-se necessário, então, a compra de um terreno industrial junto ao rio e a ponte de La Seve.


O Comitê Executivo da Fundação Guggenheim conferiu à Krens, a tarefa de escolher três arquitetos que concorreriam pela honra de desenhar o novo museu. Em 1992 foi aberto concurso de arquitetura com três equipes: uma européia, a vienense Coop Himmelblau, uma americana, coordenada por Frank Gehry e uma asiática, liderada pelo japonês Arata Isozaki.

DOCUMENTÁRIO: A ARQUITETURA DE FRANK O GARY - O BILBAO GUGGENHEIM MUSEUM



A intenção fundamental da Fundação era que o edifício transmitisse uma forte identidade icônica para atrair, pelas suas qualidades arquitetônicas, um público específico, tal como se verificava com o museu nova-iorquino, desenhado por Frank Lloyd Wright. A partir deste pressuposto, o júri escolheu a proposta de Frank Gehry, caracterizada pela forma escultórica, por materiais de revestimento brilhantes e pela integração orgânica com a paisagem.

DOCUMENTÁRIO: OS ESBOÇOS DE FRANK GEHRY



O Para ser aceito pela comissão de design Gehry teve de incorporar elementos já existentes na cidade, de tal forma que o novo Guggenheim pudesse refletir e ampliar o esplendor do espaço industrial da cidade. Nesta obra de Gehry, o Guggenheim culmina uma série de pesquisas formais no sentido de criar uma linguagem escultórica, fragmentária e curvilínea. Estas formas distorcidas recordam as formas de concha do teatro da Ópera de Sydney, de Jorn Utzon, e o projeto do próprio Gehry para o Museu Frederich R. Weisman em Mineápolis.




Gehry se inspirou em muitos de seus desenhos antigos e na melhoria de todas as inovações que ele havia feito ao longo dos anos, incluindo as linhas curvas, ao invés de simples ângulos de 90 graus, e o conceito de um grupo de formas, em que um único prédio foi desconstruído em muitos pedaços pequenos e, em seguida, ligado com um elemento unificador.


No caso do Guggenheim Bilbao, este elemento consistiu em um átrio de vidro com 50 metros de altura, de onde elevadores de vidro e passagens de metal levam a 19 salas de exibição - incluindo a maior galeria do mundo, com 130 metros de comprimento e 30 metros de largura -, e o revestimento de titânio que cobre todo o museu.


As placas de titânio, com apenas 1 / 3 de milímetro de espessura, acrescentam a sensação de que o prédio está em constante movimento, uma vez que tem jogo suficiente para se mover com o vento. Ao mesmo tempo, o museu parece acompanhar as mudanças da natureza com os reflexos da luz sobre o titânio, que o transformam em tons de cinza nos dias fechados, em dourados no por do sol ou em azuis que refletem o dia claro e o rio. Para um escritor espanhol, o brilho e a luz do titânio fazem dele um "meteorito".
Os admiradores comparam o museu a um barco com as velas enfunadas e a uma nave espacial de Alfa Centauro - destacando a aparência futurística do museu.


Os trabalhos de arte exibidos no museu de Bilbao vêm do Museu Solomon R. Guggenheim de Nova York e do governo basco. As peças variam do abstrato expressionista ao cubista e geométrico, e incluem muitos nomes famosos da arte do século 20: Kandinsky, Picasso, Pollock, De Kooning.

DEPOIMENTOS: CONSTRUINDO UM SONHO

PARTE 1


PARTE 2


PARTE 3


PARTE 4


As galerias do andar térreo abrigam trabalhos artesanais e instalações de larga escala, e algumas peças foram feitas especialmente para caber em suas salas de exibição, entre elas a Serpente, de Richard Serra, que quando enquadradas são ‘site specifics’ que interagem com o museu até no seu processo de elaboração. Para viabilizar a construção em Bilbao, na década de 90, Gehry criou um escritório de cálculos estruturais que, a partir de um programa para projetos aeronáuticos, desenvolveu um software específico para arquitetura. Serra, por sua vez, teve suporte deste mesmo escritório de engenharia. Posteriormente, a obra foi executada em aço numa fundição que mantém convênio com o artista. Mesmo assim, o museu em si continua sendo a atração principal.

DOCUMENTÁRIO: RICHARD SERRA NO GUGGENHEIM BILBAO



O mundialmente famoso arquiteto Philip Johnson chamou o Museu Guggenheim em Bilbao de "o prédio mais incrível da atualidade". Ele é "um milagre", disse o "The New York Times". Com certeza poucos prédios na história foram tão elogiados ou mudaram tanto uma cidade como o museu de Frank Gehry na margem industrial do rio de Bilbao.
Os trabalhos de construção foram iniciados em 22 de Outubro de 1993, e o museu foi inaugurado em 19 de Outubro de 1997. O edifício implanta-se num terreno de 32 700 m2 e tem 28 000 m2 de área construída. Para além dos espaços expositivos contém um auditório, biblioteca, oficinas, livraria e loja, restaurante e cafeteria.
O museu, por sua estrutura e arquitetura exuberantes, transformou-se desde sua inauguração em um grande atrativo turístico europeu.

DOCUMENTÁRIO: CONEXÕES DA ENGENHARIA - GUGGENHEIM BILBAO

15 maio 2012

CONQUEST KNIGHT XV: VEÍCULO DE LUXO MAIS CARO DO MUNDO É UM BLINDADO CIVIL


O Conquest Knight XV é um veículo blindado que, ao contrário a maioria dos veículos que são adaptados pós-venda, é blindado na fábrica - a partir do zero - usando materiais de primeira qualidade.
Fabricado artesanalmente pela marca canadense ‘Conquest’, o utilitário de luxo dispõe de equipamentos incomuns para quem deseja uma proteção extrema - em caso de um ataque ou de guerra.


Com a sua dimensão distinta, características extraordinárias de segurança e interior ultra-luxuoso, o Knight XV proporciona uma das experiências mais originais em veículo privado no mercado de SUVs. Foi uma das atrações do filme "Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio".


Destinado a autoridades, empresários e celebridades, o veículo foi desenvolvido para garantir o maior conforto e segurança possíveis. A mecânica do blindado utiliza a plataforma do Ford F-550 e um motor Ford V10 de 6,8 litros - bicombustível, com 405 cavalos. Esta configuração garante alguma agilidade ao movimentar as seis toneladas de peso em quase 7 metros de comprimento. O SUV ainda conta com tração integral, caixa manual de cinco velocidades e um tanque para 263 litros de combustível.

VIDEO: CONQUEST KNIGHT XV ON ‘WORLD'S MOST EXPENSIVE RIDES’



Baseado nos conceitos e desenhos dos veículos militares norte-americanos, como o Gurkha, o Knight XV oferece, na sua configuração civil, blindagem com vidros de 64 mm de espessura, capazes de suportar tiros de metralhadora, além de materiais como kevlar, aço de alta resistência e alumínio balístico. Os pneus são especiais, podendo suportar tiros e continuar operando por alguns quilômetros.


Outros recursos de segurança incluem câmeras térmicas na frente e atrás, e um sistema de circulação interna de oxigênio contra gases nocivos. Existe ainda a possibilidade de o veículo ser equipado com um gerador para cortina de fumaça, entre as inúmeras opções de upgrade para a segurança, assim como para o interior e o exterior do veículo.

VÍDEO: CONQUEST KNIGHT XV ON DISCOVERY CHANNEL



Os Testes de penetração balística na blindagem - transparências e compostos - estão de acordo com o controle de qualidade do H.P. White Ballistic Laboratory Inc.. Os disparos são realizados a uma distância de 5 metros, e toda a munição utilizada é previamente pesada na fábrica. Depois bala é acionada eletronicamente para garantir o cumprimento das normas requeridas. Após resultados satisfatórios, é emitido um certificado de qualidade para cada parte testada. Todo o material blindado do veículo é gravado e rastreável pela empresa.


No interior, luxo e sofisticação contrastam com o exterior de aparência belicosa, incluindo revestimentos em couro, muito espaço, estofamento de qualidade e uma central de entretenimento com monitores de LED nos encostos de cabeça, leitor de DVD Alpine, TV e Xbox 360.


Os custos de produção do carro são tão altos, que apenas 100 unidades serão produzidas. São cerca de 4.000 horas de trabalho artesanal, com a precisão e atenção aos detalhes que se pode esperar de um veículo deste calibre. Caso a resposta do mercado seja boa, a Conquest estuda produzi-lo em série. O preço da versão regular gira em torno de R$ 1.150 milhão.


Para o ‘link externo’ clique aqui.

05 maio 2012

TRANSHUMANISMO E SINGULARIDADE TECNOLÓGICA

“Ao longo das últimas décadas, um curioso movimento de liberação vem crescendo no mundo desenvolvido. Seus cruzados pretendem nada menos do que libertar a raça humana de seus limites biológicos. Para os ‘transhumanistas’, os seres humanos precisam assumir o controle de seu destino biológico, desvinculá-lo do cego processo evolutivo de variação aleatória e adaptação, e assim inaugurar uma nova era como espécie.” (Francis Fukuyama, professor de economia e política internacional na Universidade Johns Hopkins e autor de State-Building)


Historicamente, a humanidade vem produzindo conhecimento e técnica para atender seus interesses e necessidades: ferramentas para o trabalho e armas para a defesa e a caça. Domesticaram animais, aprenderam a plantar e criaram máquinas. Formaram crenças e mitos para dar significado e sentido à existência. As artes se expressaram sobre todos os tipos de suporte, das rochas à própria pele. A linguagem se instaurou como ciência, filosofia, literatura e poesia. Os corpos se moveram em emoção, sentimento e afetividade. Criamos cultura em todos os domínios da nossa expressão.

VIDEO: ‘OS AVANÇOS DA CIÊNCIA’ - PROGRAMA MATÉRIA DE CAPA



O espaço entre a descoberta de um procedimento e outro era de milhares de anos. Com o passar dos anos, este tempo vem caindo drasticamente e o homem realiza, cada vez mais, descobertas para o seu bem-estar. Mas em nenhuma época os filósofos, cientistas da computação, neurocientistas, nanotecnólogos, pesquisadores em desenvolvimento tecnológico e artistas, anunciam a obsolescência do corpo humano com tanta convicção como atualmente.

Recentemente, com o avanço técnico permitindo modificações cada vez mais profundas, o desejo de transcender as capacidades humanas tem se tornado passível de realização. As ideias ligadas a esse desejo estão em crescente sistematização e evolução.

DOCUMENTÁRIO COMPLETO: TRANSCENDENT MAN (2009)Legendas PT BR



O “Homem Transcendente” é um documentário de Barry Ptolemy sobre o inventor, futurista e autor Ray Kurzweil e seus previsões sobre o futuro da tecnologia, descritos em seu livro "A Singularidade está Próxima" (2005).
O documentário discute as previsões de Kurzweil acerca da "singularidade tecnológica" - período em que a evolução exponencial dos sistemas de computação se tornará tão rápido que eclipsará tudo aquilo que foi feito, saindo da escala da nossa própria compreensão - que deve ocorrer nas próximas décadas.
Neste sentido, Kurzweil alerta para o fato de que o Homem precisa se fundir aos sistemas tecnológicos que ampliem as suas capacidades, tornando-os mais inteligentes e possibilitando viver indefinidamente.


TRANSHUMANISMO


Desde o final do século passado, um novo movimento intelectual e cultural começou a se delinear: é o ‘Transhumanismo’ (também simbolizado por >H ou H+). Ele defende o uso da ciência e da tecnologia - especialmente da biotecnologia, da neurotecnologia e da nanotecnologia - para aumentar a inteligência, a longevidade e o bem-estar da humanidade. O cume desse processo ocorreu em 1998, quando os filósofos Nick Bostrom e David Pearce fundaram a Associação Mundial Transhumanista.

VÍDEO: ‘TRANSHUMANISMO’



Os transhumanistas consideram que as deficiências físicas e mentais, o sofrimento, a doença, o envelhecimento e a morte involuntária, são desnecessários e indesejáveis. Eles compartilham o entendimento de que a evolução dos seres humanos não deve continuar entregue (a não ser por aqueles que assim o desejarem) a um processo natural de mutações. Ao contrário: os próprios humanos devem interferir, buscando o melhor caminho possível, na sua própria evolução.

Com as faculdades físicas e cognitivas melhoradas, seus pesquisadores esperam aumentar o bem-estar da humanidade com a eliminação da pobreza e do sofrimento, a cura das deficiências físicas e mentais, o aumento da inteligência, e o prolongamento indefinido do tempo de vida do ser humano, visando a imortalidade, a criação da inteligência artificial e a exploração do universo.

Uma grande parte do transhumanismo discute tecnologias específicas, do presente e do futuro, buscando entender as suas implicações para a sociedade. Entre os avanços futuros se destacam, em termos de importância, a nanotecnologia e a inteligência artificial.

VÍDEO: ‘NANOTECNOLOGIA’ - PROGRAMA MATÉRIA DE CAPA



Nanotecnologia é o projeto e a manufatura de aparelhos de precisão em escala-atômica. Utilizando montadores (“assemblers”) - máquinas moleculares que podem dispor átomos em quase todos os arranjos compatíveis com as leis da física -, será possível fazer reparos nas células, colonizar o espaço em larga-escala, produzir qualquer produto agrícola por um baixo custo, e construir chips do tamanho de um grão de areia - um milhão de vezes mais poderosos que um cérebro humano. Hoje um campo de pesquisa que cresce rapidamente é o desenvolvimento de tecnologias para tornar a nanotecnologia disponível.

DOCUMENTÁRIO: A INTELIGÊNCIA DO FUTURO



Superinteligência significa uma inteligência que ultrapassa a dos humanos em praticamente todas as faculdades mentais, incluindo criatividade científica e artística, sabedoria geral e aptidões sociais. Muitos transhumanistas acreditam que a superinteligência e a inteligência artificial de nível humano sejam desenvolvidas no primeiro terço do próximo século.

Uma razão para esta previsão é que dada a nanotecnologia molecular, faltaria pouco tempo para que a superinteligência fosse construída. Ainda, a Neurociência pode fornecer a informação necessária para replicar, em um computador (suficientemente rápido), os princípios básicos subjacentes a uma rede neural cortical humana.


Na perspectiva da inteligência artificial, da nanotecnologia e do ciberespaço, imaginada por parte de cientistas, engenheiros, filósofos e artistas, o objetivo é transportar nosso espírito para uma máquina superior. "Escanear" nosso espírito para um corpo-máquina sofisticado e capaz de ser mais competente e fiável que nosso corpo biológico.

DOCUMENTÁRIO NatGeo: O FUTURO DA ROBÓTICA



Para Hans Moravec, especialista em robótica, o desenvolvimento da máquina é precisamente a salvação da humanidade:

“Somos infortunados híbridos, em parte biológicos, em parte culturais: muitos traços naturais não correspondem às invenções de nosso espírito. Nosso espírito e nossos genes talvez compartilhem objetivos comuns ao longo de nossa vida. Mas o tempo e a energia dedicados à aquisição, ao desenvolvimento e à difusão das idéias contrastam com os esforços dedicados à manutenção de nossos corpos e à produção de uma nova geração.” (Moravec).

VÍDEO: ‘EYEBORG’, O DOCUMENTÁRIO



OUTRAS TECNOLOGIAS

Outras tecnologias presentes e futuras para o pensamento transhumanista, que são muito discutidas, são a engenharia genética, drogas psicoativas clínicas (para melhorar a performance cognitiva em adultos saudáveis), tecnologia de informação, interfaces cérebro-máquina, criogenia, tecnologia espacial e muitas outras.

DOCUMENTÁRIO: CREATING LIFE - THE ULTIMATE ENGINEERING CHALLENGE. (SYNTHETIC BIOLOGY DOCUMENTARY)



O princípio básico do transhumanismo – o de que um dia usaremos a biotecnologia para nos tornar mais fortes, mais inteligentes, menos violentos, assim como para ampliar nossa vida – já está implícito em grande parte do programa de pesquisas da biomedicina contemporânea.

Novos procedimentos e tecnologias que estão surgindo em laboratórios de pesquisa e hospitais – como medicamentos que alteram o humor, substâncias que aumentam a massa muscular ou apagam seletivamente as memórias, exames genéticos pré-natais e terapia genética – podem ser facilmente empregados tanto para "aperfeiçoar" a espécie como para aliviar ou curar doenças.

DOCUMENTÁRIO: ‘EU, HUMANO’ - NATIONAL GEOGRAPHIC



CONTRAPONTO

Melhorar a condição humana de uma maneira fundamental significa, em parte, melhorar um trabalho já realizado pela evolução biológica. Embora os rápidos avanços no campo da biotecnologia muitas vezes nos deixem vagamente perturbados, a ameaça intelectual ou moral que representam nem sempre é fácil de identificar.

A aparente sensatez do projeto, sobretudo quando se imagina sua implementação paulatina, é parte de seu perigo. É improvável que a sociedade caia de repente sob o fascínio da concepção de mundo transhumanista. No entanto, é possível que comecemos a experimentar as ‘pequenas e tentadoras’ mostras iniciais oferecidas pela biotecnologia, sem nos darmos conta de seu custo moral.

VIDEO: ‘CIENTISTAS PROCURAM A CURA DO ENVELHECIMENTO’ - TED

PARTE 1


PARTE 2


Além disso, para Francis Fukuyama - professor de economia e política internacional na
Universidade Johns Hopkins e autor de ‘State-Building’ - a primeira vítima do transhumanismo talvez seja a igualdade. E apresenta as seguintes questões: Se começamos a nos transformar em algo superior, em que medida os direitos reivindicados pelas criaturas aperfeiçoadas serão diferentes dos direitos daqueles que ficaram para trás? Se alguns evoluírem, poderão outros se dar ao luxo de não imitá-los? E ainda considera que, quando levamos em conta suas implicações para os cidadãos de países mais pobres – para os quais as maravilhas da biotecnologia provavelmente serão inacessíveis –, os riscos para a ideia de igualdade tornam-se ainda mais alarmantes.

VIDEO: CONVERSATIONS WITH HISTORY - FRANCIS FUKUYAMA



COMUNIDADE COGNITIVA

Outro campo do transhumanismo é constituído por tentativas de melhorar o funcionamento da sociedade como uma comunidade cognitiva.

Atualmente é muito difícil avaliar o risco de a tecnologia criar um mundo tão radicalmente diferente do nosso, que não possamos mais reconhecer nele nenhum dos nossos valores humanos. Esse risco se torna mais provável na mesma proporção em que o cidadão médio é omitido do debate sobre novas tecnologias. Neste sentido, torna-se necessária uma intensa participação da população neste debate, de modo que nossas escolhas sobre o assunto reflitam nossos valores.

É possível projetar instituições que vão aprimorar a eficiência das comunidades acadêmicas e de outros estabelecimentos de ensino; podemos criar aplicações de tecnologia da informação que ajudem a compilar o conhecimento ou auxiliem a distribuição de ideias valiosas.

VIDEO: FAÇAMOS A REVOLUÇÃO DA APRENDIZAGEM - TED



Para que possamos escolher quais usos da tecnologia aceitamos como benéficos ou maléficos devemos tomar conhecimento desses usos. Omitir uma escolha a esse respeito não irá impedir que as novas tecnologias mudem, radicalmente, nosso modo vida. Irá apenas deixar essa escolha nas mãos de quem se dispuser a refletir sobre o assunto.

Além disso, realizar uma escolha na ausência de informações pode ser ainda mais maléfico que a omissão. Por isso, o Transhumanismo prega o envolvimento dos cidadãos no debate e a disseminação de informação a respeito.

Hoje existem várias organizações e instituições que pretendem participar ativamente e/ou promovem estudos acerca do transhumanismo, assim como da singularidade tecnológica. Entre elas podemos destacar:

O Singularity Institute for Artificial Intelligence promove a pesquisa na área da inteligência artificial e seus benefícios, e prega que a singularidade tecnológica pode ser totalmente benéfica.

A Acceleration Studies Foundation realiza estudos sobre a aceleração do progresso científico e tecnológico e da aceleração das mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas de nossa sociedade.

A Associação Transhumanista Mundial, fundada em 1998 pelo filósofo sueco Nick Bostrom, diretor do Instituto do Futuro da Humanidade, criado na Faculdade de Filosofia de Oxford, encabeça inúmeras delegações em todo o mundo, mas é especifica do Ocidente industrializado. Os movimentos transumanistas pretendem o nascimento de um mundo sem limitações, rejeitando o que a natureza nos impõe.

A Singularity University, com base no programa espacial do Ames Campus, nos E.U.A., concebeu seu curso com o intuito de estudar a forma de utilizar a tecnologia de ponta para resolver problemas globais como a pobreza, a fome, as doenças, o aquecimento global e redução do abastecimento energético.

Os transhumanistas auto-declarados encontram-se espalhados pelo mundo, representando um grupo de mais de 10.000 pessoas, com uma rede social de aproximadamente US$3bilhões. O país com o maior número de adeptos são os EUA, com destaque para a Califórnia, concentrando empresas e instuições de pesquisa que se encontram na fronteira da ciência. Foi na Universidade da Califórnia em Los Angeles, na década de 80, onde se reuniram os primeiros transhumanistas auto-declarados. Na mesma Califórnia, em 2009, foi fundada a Singularity University.


SINGULARIDADE TECNOLÓGICA


Singularidade tecnológica é a denominação dada a um evento histórico previsto para o futuro, no qual a humanidade atravessará um estágio de imenso avanço tecnológico em um espaço de tempo muito curto. Baseando-se em avanços nas áreas da informática, inteligência artificial, medicina, astronomia, nanotecnologia, genética e biotecnologia, muitos estudiosos acreditam que nas próximas décadas a humanidade irá atravessar a singularidade tecnológica e é impossível prever o que acontecerá depois deste período.

VERNOR VINGE

A ideia de que em algum momento futuro a inteligência artificial vai superar a humana recebeu o termo de singularidade tecnológica a partir do texto do cientista e escritor Vernor Vinge. O artigo “The Coming Technological Singularity: How to Survive in the Post-Human Era”, de 1993, considera o evento iminente, previsto para ocorrer antes de 2030, e que transformará radicalmente a civilização.

VIDEO: VERNOR VINGE & THE SINGULARITY: AUTHORS AT GOOGLE



Vinge compara a singularidade tecnológica ao surgimento da inteligência humana no mundo e enumera quatro campos científicos que podem levar à superação dos homens pelas máquinas: o avanço dos sistemas de inteligência artificial, a possível autoconsciência dass redes computacionais, as interfaces entre homem e máquina se tornarem tão complexas que produziriam um estágio evolutivo do homem e a ampliação da inteligência humana natural através de melhores técnicas da ciência biológica.
Dessas considerações, Vinge parece mais interessado em discutir as probabilidades de evolução da inteligência artificial.

VIDEO: O QUE É A ‘SINGULARIDADE TECNOLÓGICA’



A aceleração do progresso científico e tecnológico tornou-se, nos últimos 300 anos, a característica mais marcante da história da humanidade. Mudanças políticas e econômicas, profundas, no mundo todo, se fazem mais notáveis nos últimos 30 anos com a explosão da era digital e do capitalismo financeiro.

O que uma análise cuidadosa do desenvolvimento tecnológico mostra é que o progresso técnico segue crescendo num ritmo exponencial - ou seja, o número de descobertas num período é igual ao de descobertas do período anterior multiplicado por ele mesmo uma certa quantidade de vezes - o progresso acelerado se deve à aplicação constante das antigas descobertas no processo de descoberta das novas invenções. O crescimento exponencial tecnológico, entretanto, representa um grande desafio à humanidade.

VIDEO: A SINGULARIDADE ESTÁ PRÓXIMA, POR RAYMOND KURZWEI



Ainda não existe consenso sobre quais seriam os agentes responsáveis pela singularidade tecnológica, alguns acreditam que ela decorrerá naturalmente, como conseqüência dos acelerados avanços científicos. Outros acreditam que o surgimento iminente de supercomputadores dotados da chamada superinteligência será a base de tais avanços - argumenta-se em favor disso que somente com uma inteligência superior a humana poderíamos ter avanços científicos e tecnológicos tão rápidos e importantes.

Há também quem acredite na integração homem-computador para o surgimento da superinteligência, mas a tecnologia necessária para tal pode estar mais distante de ser alcançada do que a inteligência artificial.
Vários cientistas, entre eles Vernor Vinge e Raymond Kurzweil, e também alguns filósofos afirmam que a singularidade tecnológica é um evento histórico de importância semelhante ao aparecimento da inteligência humana na Terra. Outros afirmam que a singularidade tecnológica é na verdade a quarta revolução industrial.

VIDEO: ‘O FUTURO DA HUMANIDADE’



Para fazer uma estimativa precisa de quando exatamente a inteligência artificial conseguirá alcançar níveis superiores a inteligência humana muitos índices tem sido usados e comparados. Entre esses índices estão a lei de Moore - em vigor há mais de 30 anos, segundo a qual a cada 18 meses a capacidade de processamento dos computadores dobra, enquanto os custos permanecem constantes -, assim como o número crescente de publicações científicas anuais, de patentes registradas e a crescente concorrência econômica e industrial global.

A maior parte daqueles que pesquisam ou discutem a singularidade tecnológica acreditam que ela possa ocorrer entre os anos de 2025 e 2070, embora seja possível que demore mais ou que, simplesmente, não ocorra.

A SINGULARITY UNIVERSITY

O Vale do Silício, região dos Estados Unidos que concentra empresas de alta tecnologia, inaugurou, em 2009, a Singularity University (Universidade da Singularidade). Na ocasião, a instituição aceitou 30 alunos na sua primeira turma, e aumentou este número para 120 no ano seguinte.

Seu objetivo é ensinar a identificar os grandes desafios da humanidade. Segundo o escritor e cientista Raymond Kurzweil, "a Universidade da Singularidade está preparada para receber os líderes que criarão um criativo e único mundo do futuro".
O Google e a NASA, juntas, resolveram apoiar o colégio, que ensina os alunos a lidar com um mundo onde a tecnologia pode tornar-se mais esperta do que os seres humanos.

SINGULARITY UNIVERSITY: A SCHOOL FOR ENTREPRENEURS WHO WANT TO CHANGE THE WORLD



A Singularity University tem a sua base no programa espacial do Ames Campus -
Centro de Pesquisa Ames, da NASA, em Moffett Field, na Califórnia, a poucos quilômetros da sede do Google e de outras gigantes do setor.

Seu chanceler é o controverso futurista Raymond Kurzweil. O nome do centro faz referência ao livro do cientista - "The Singularity Is Near" ("A singularidade está próxima", em tradução livre), no qual sugere que os avanços em tecnologia modificarão a vida humana até limites nunca antes imaginados.

Seu colega neste projeto, Peter Diamandis, é um empresário espacial e presidente da X Prize Foundation, uma ONG que organiza anualmente concursos em diferentes áreas para premiar avanços que contribuam para bem da humanidade.

VÍDEO: ‘SINGULARITY UNIVERSITY, A UNIVERSIDADE QUE CRIA O FUTURO’



Apesar do nome, o Colégio não é realmente uma Universidade, mas oferece nove semanas de cursos no intuito de assegurar uma tecnologia para melhorar a situação da humanidade, em vez de prejudicá-la.

Os cursos foram concebidos para ver como os alunos podem usar a tecnologia de forma a resolver problemas mundiais como a pobreza, a fome, as doenças, o aquecimento global e redução do abastecimento energético. Entre as matérias disponíveis estão biotecnologia e bioinformática, nanotecnologia, robótica, inteligência artificial, computação cognitiva, ciências físicas e espaciais, assim como direito, finanças, política e ética.

A universidade oferece também, cursos mais curtos - de três e dez dias, dirigidos a diretores e executivos, para "ajudar a determinar como estas tecnologias podem transformar suas empresas em cinco ou dez anos".
Mas, além de competitivo, o acesso à universidade não é barato. O programa principal de nove semanas custa, em média, US$ 25 mil para cada aluno.

CONTRAPONTO

PERIGOS POTENCIAIS

Existe atualmente uma complexa discussão sobre os perigos que a singularidade tecnológica poderá trazer à humanidade. Segundo muitos estudiosos, um intelecto artificial muito superior aos melhores cérebros humanos em praticamente todas as áreas, incluindo criatividade científica, sabedoria geral e habilidade social, não teria porque estar submisso a nós.

DOCUMENTÁRIO COMPLETO: O MUNDO DO FUTURO - PERIGOS DO FUTURO (2010)



Tradicionalmente argumenta-se que os homens jamais iriam entregar o poder às máquinas ou dar-lhes a capacidade de tomá-lo de nós, mas as coisas podem se suceder de forma diferente, já que o grau de dependência do homem aumentará paulatinamente até chegar a um ponto em que não restem alternativas senão a de aceitar as decisões tomadas pelas máquinas. Isso pode levar a um estágio em que a nossa dependência em relação às máquinas se transforme no domínio pacífico delas sobre nós, o que não descarta a possibilidade de um domínio agressivo.


Numa linha de raciocínio alternativa, o matemático, escritor e ativista político Theodore Kaczynski, conhecido como o terrorista Unabomber, publicou um manifesto – “A Sociedade Industrial e seu Futuro” - sobre a possibilidade das classes superiores da sociedade se utilizarem da tecnologia para simplesmente eliminar as massas inferiores. Kaczynski é radicalmente contra o avanço tecnológico da forma como ele está acontecendo. Os artigos de Kaczynski foram incluídos em um livro de Raymond Kurzweil.

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Outros perigos mais amenos dizem respeito a exclusão digital e social e ao impacto da singularidade tecnológica sobre a economia internacional, especialmente sobre os países pobres e emergentes. Há ainda questões éticas, que não representam perigos potenciais, mas que também não podem ser ignoradas.

RISCOS CATASTRÓFICOS

O mais conhecido risco que o desenvolvimento tecnológico pode trazer, sem dúvida, é o risco de guerra nuclear. Tal evento poderia deixar a luz do sol bloqueada por dois anos, provocando uma extinção em massa da maioria das espécies - incluindo a nossa.

VÍDEO: THE LARGEST NUCLEAR BOMB - TSAR BOMBA – HISTORY CHANNEL



A Biotecnologia também se mostra um risco crescente. Com ela é possível construir uma arma biológica. Os riscos associados à Biotecnologia são de difícil controle uma vez que a área está em constante desenvolvimento e os métodos de produção sintética de agentes infectantes estão se tornando cada vez mais acessíveis e simples.

VIDEO: O FUTURO DA BIOLOGIA SINTÉTICA, POR ANDREW HESSEL (SINGULARITY UNIVERSITY)



A criação de uma inteligência artificial mais inteligente que a humana com uma relativa independência também está sujeita a riscos. Existem, provavelmente, mais de um trilhão de organizações estruturais possíveis que constituiriam uma inteligência artificial. Somente uma minoria dessas organizações tem a propriedade de serem benéficas aos seres humanos.


Por último, a Nanotecnologia, que por muito tempo foi temida, pois se acreditava que a construção de uma máquina autorreplicadora que engolisse a Terra fosse de uma probabilidade grande. Hoje se sabe que, apesar de possível, esse cenário é improvável. Ainda assim, o poder de destruição associado à Nanotecnologia será extremamente maior que o nuclear.