21 abril 2012

‘O GRITO’ DE EDVARD MUNCH VAI A LEILÃO


A Sotheby’s vai leiloar, no próximo dia 2 de maio em Nova Iorque, uma das quatro versões da obra-mestra de Edvard Munch, ‘O Grito’ - a única que se mantém em mãos privadas. As outras três se encontram em museus noruegueses.

VIDEO - SOTHEBY’S HIGHLIGHT: ‘O GRITO’ DE EDVARD MUNCH



Nesta versão - um trabalho a pastel que data de 1895 -, as cores são mais fortes do que nas outras três versões, comenta Simon Shaw, vice-presidente do Departamento de Arte Impressionista e Moderna da Sotheby’s em Nova Iorque. E é a única em que a moldura foi pintada pelo artista com o poema que descreve uma caminhada ao pôr-do-sol que inspirou a pintura. Outra particularidade única desta versão é que uma das figuras que está em segundo plano olha para baixo, para a cidade.


A obra pertence ao empresário norueguês Petter Olsen, cujo pai Thomas foi amigo, vizinho e patrono de Munch, e adquiriu inúmeros quadros ao artista. Com o que for arrecadado na venda, Olsen pretende construir um novo museu, um centro de arte e um hotel na quinta Petter Olsen, que fica em Hvitsten, na Noruega. O museu “vai abrir no próximo ano fazendo ligação com o 150º aniversário de Munch, e vai ser dedicado ao trabalho e ao tempo em que o artista esteve ali”, adianta Olsen.

DOCUMENTÁRIO DA BBC - 'O GRITO' DE EDVARD MUNCH – em espanhol



O quadro pode ser visto, em Londres, desde sexta-feira, 13 de abril, na sede da casa de leilões. Em Nova Iorque, a obra estará em exibição a partir de 27 de abril.
“’O Grito’ de Munch é uma imagem que define a modernidade e é um imenso privilégio ter a oportunidade de levar a leilão uma das obras mais importantes em mãos privadas”, comenta Simon Shaw. E classificou ‘O Grito' como uma das imagens mais reconhecíveis do Mundo, mais reproduzida que a ‘Mona Lisa' de Leonardo Da Vinci.

VIDEO SOTHEBY’S: CONVERSANDO COM SIMON SHAW E ADAM GOPNIK



O especialista também salienta a dificuldade na hora de estimar o preço de venda da obra no mercado, ainda que alguns especialistas considerem que poderia ultrapassar os 70 milhões de euros. "Como são raros leilões de ícones de arte desse tipo, é difícil prever o valor de 'O Grito'", disse Simon Shaw, à ‘Reuters'.
Se as perspetivas forem cumpridas, o montante da venda poderá se aproximar do valor recorde de 106 milhões de dólares que "Nude, Green Leaves and Bust", de Picasso, atingiu em 2010, num leilão da Christie's em Nova Iorque.

DOCUMENTÁRIO: BIOGRAFIA DE EDVARD MUNCH - em inglês



Para o link o externo da Sotheby’s clique aqui


INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR POSTADA EM 02 /05

Versão de ‘O Grito’ é recorde histórico em leilão.

O quadro, com a imagem se converteu em um símbolo da angústia existencial e do desespero da era moderna, foi arrematado na quarta feira (2) por US$ 119,9 milhões, tornando-se a obra de arte mais cara já vendida em um leilão.

A competição entre sete candidatos levou o preço ao recorde em apenas 12 minutos e gerou aplausos. O recorde anterior havia sido registrado em 2010 com o quadro ‘Nu, Folhas Verdes e Busto’, de Picasso, vendido por US$ 106, 5 milhões.

VIDEO: A DISPUTA COMPLETA NA SOTHEBY'S



20 abril 2012

JULIAN ASSANGE, FUNDADOR DO WIKILEAKS, ENTREVISTA O LÍDER DO HEZBOLLAH EM ESTRÉIA NA TV RUSSA


O fundador do Wikileaks, Julian Assange, entrevistou Hassan Nasrallah, o líder do movimento xiita libanês Hezbollah, no primeiro de uma série de programas a serem exibidos pelo canal russo em língua inglesa RT – Russia Today.
Assange gravou, durante os dois últimos meses, 12 episódios de 26 minutos do programa "The World Tomorrow" na Inglaterra, onde vive praticamente recluso há 500 dias à espera de uma decisão sobre sua extradição à Suécia, país que quer interrogá-lo por supostos crimes sexuais.
O programa, que terá uma periodicidade semanal, será divulgado na RT a partir de terça-feira (24) às 10H00 GMT (07H00 de Brasília). As entrevistas também estarão disponíveis na internet.

VIDEO: RT PROMOVE ENTREVISTA COM O LÍDER DO HEZBOLLAH



A RT - rede multilíngue lançada pela Rússia em 2005, em inglês, espanhol e árabe - anunciou a sua colaboração com Assange, numa aliança explosiva para enfrentar a imprensa ocidental. A emissora, financiada pelo Estado russo, prometeu novas entrevistas polêmicas.
A chefe de redação da RT, Margarita Simonian, já tinha advertido que a primeira das doze personalidades entrevistadas pelo programa criaria muita polêmica. "Muitos ficarão extremamente descontentes", disse, no Twitter, antes do início do programa.

VIDEO: ‘THE WORLD TOMORROW’ - ENTREVISTA COMPLETA COM HASSAN NASRALLAH



A entrevista com Hassan Nasrallah, considerado terrorista pelos Estados Unidos e Israel, foi uma oportunidade para ele reafirmar o seu apoio ao regime sírio, que reprime há mais de um ano um movimento de contestação, e de acusar a oposição de se negar ao diálogo. Esta posição aproxima-se muito de Moscou, que bloqueou as resoluções da ONU e que denuncia o apoio do ocidente aos opositores.
"Em termos de marketing, de relações públicas, é um belo golpe" para RT e Assange, afirma Anna Katchakaeva, especialista em mídia, à rádio russa Svoboda, financiada pelo Congresso dos Estados Unidos. "A emissora tem chamado à atenção e obrigou os meios de comunicação internacionais a falarem dela".


Para Maria Lipman, do centro Carnegie em Moscou, o programa de Assange dá visibilidade ao canal e serve aos interesses russos."Assange odeia os Estados Unidos, este é o seu credo, como é o do líder do Hezbollah. A posição oficial russa face aos americanos é dupla: por um lado existem relações que são estimuladas (...) por outro, há uma propaganda anti-americana desenfreada", diz.
Mas, para além da manobra, Lipman duvida que esta estratégia compense a longo prazo. "Se o objetivo é competir com BBC, Al-Jazeera, CNN, não está na direção certa. O uso do escândalo não é adequado para as ambições de atingir um público internacional amplo", considera.


Assange admitiu que esperava enfrentar críticas por emitir seu programa em um canal em inglês financiado pelo Kremlin e que promove abertamente a visão de Moscou sobre os assuntos internacionais. "Acho que é uma espécie de ataque bastante trivial", afirmou nos comentários publicados pelo site da RT.
O fundador do Wikileaks também afirmou que a força do programa reside em seu "tom franco e irreverente". "Meu trabalho com o WikiLeaks não facilitou minha vida", disse no comunicado, "mas nos forneceu uma plataforma para divulgar ideias para mudar o mundo".


Assange garante que não poderia trabalhar para uma empresa de mídia ocidental, já que o seu alvo principal são os Estados Unidos.
"Estamos em confronto com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (...) precisávamos de uma parceira de mídia que tivesse a capacidade de falar", ressaltou.
O fundador do Wikileaks também acusou a imprensa americana de ser "incapaz de criticar o abuso do poder militar americano" e a BBC de ser "hostil".
Em dezembro de 2010 Assange recebeu o apoio do primeiro-ministro Vladimir Putin e de outros líderes como o Presidente Lula, do Brasil.

VIDEO:JULIAN ASSANGE RECEBE O APOIO DO PRESIDENTE LULA



11 abril 2012

CINEMA EXPERIMENTAL: JONAS MEKAS


Jonas Mekas nasceu em uma aldeia na Lituânia, em 1922. Ainda jovem escreveu e publicou poesia em lituano, atividade que adquiriu um tom político e ativista durante a Segunda Guerra Mundial, forçando-o a imigrar em 1944. No caminho para Viena o comboio foi interceptado pelos nazistas e Mekas, junto com o seu irmão (Adolfas), foram enviados para um campo de trabalhos forçados, mas fugiram no ano seguinte. De 1946 até 1948, Jonas estudou filosofia na Universidade de Mainz, na Alemanha.


Em 1949, os irmãos se exilaram em Nova York (USA), no bairro Brooklyn, numa pequena comunidade lituana. Logo depois Jonas comprou uma câmara e começou a frequentar as sessões da ‘Cinema 16″’ de Amos Vogel (autor do livro “Film as a Subversive Art”) e Marcia Vogel, que de 1947 a 1963 foi a principal sociedade não lucrativa a exibir e distribuir cinema experimental norte-americano.

Frequentador ávido de todo o tipo de mostras cinematográficas, ele estabeleceu contato regular com as novas expressões e as pessoas envolvidas. Como a seleção da ‘Cinema 16″’ excluía muitas obras, Mekas começou a programar sessões em outros espaços como a Gallery East e o Carl Fisher Auditorium, em 1953. A exibição de filmes com conteúdos ofensivos para a época fez com que fosse preso por ter mostrado “Flaming Creatures” de Jack Smith e “Un Chant D’Amour” de Jean Genet.

FLAMING CREATURES (1963) - JACK SMITH



Jonas Mekas estava na cidade certa (Nova York) no início da sua era de ouro e aberto ao que era urgente fazer em relação ao cinema do seu tempo. A ele deve-se a criação de canais de comunicação para exibir, divulgar, distribuir e preservar os filmes da vanguarda norte-americana. Mesmo nos anos de grande agitação política, Mekas manteve-se concentrado na sua causa - a de apoiar os filmes vanguardistas.

Em 1954, lançou a revista “Film Culture”, sobre os novos filmes avant-garde, onde contou com a colaboração regular de Peter Bogdanovich, Stan Brakhage, Rudolph Arnheim, Andrew Sarris, Michael John Fles, e muitos outros. Quatro anos depois começou a escrever no “Village Voice”, assinando a coluna “Movie Journal”, que manteve durante de 18 anos.
Das reuniões sobre financiamento e distribuição, que começaram em 1959, o The New American Cinema Group, composto por vinte artistas, entre os quais Mekas, fundou a ‘The Film-Maker’s Cooperative’ em 1962.

Film-Maker’s Co-op Press Conference, 1964. Da esquerda para a direita: Gregory Markopoulos, P. Adams Sitney, Andy Warhol, Ron Rice (Jonas Mekas © 1964)

Dois anos depois, novamente com Brakhage, mais Peter Kubelka e P. Adams Sitney, fundou a ‘Filmmaker’s Cinematheque’, que se fundiu com a ‘Anthology Film Archives’ em 1969 – que ainda hoje exibe e preserva filmes avant-garde da primeira metade do século XX, reunindo mais de onze mil filmes de realizadores norte-americanos.

Cedo, Jonas descobriu que o que lhe interessava era filmar a vida cotidiana e não algo encenado: fosse o mero dia-a-dia da sua família ou o ambiente artístico de Nova York. Só mais tarde é que compôs as imagens em formato de diários, tornando-se um dos pioneiros desse tipo de registo.

JONAS MEKAS AT WESLEYAN, MAY 1969



“Walden”, o primeiro da série “Diaries, Notes, Sketches”, reune imagens de 1964 até 1969. Ao longo dos seus seis rolos, organizados cronologicamente, amigos, a família dos amigos, a família de Mekas, viagens e situações, misturam-se como hipótese de criar uma história – encontrar um sentido – aos olhos do espectador. Contudo, é redutor procurar lhe dar um significado como se tratasse de um documentário da época. Mais do que um registo autêntico de preservação da memória, assemelha-se a um poema visual.

DIARIE NOTES SKETCHES ON THE CIRCUS, 1966



O imenso arquivo de Mekas fascina por propiciar a visão de personalidades que pertencem ao imaginário popular. Para exemplificar, Andy Warhol aponta Mekas como o responsável pela inclusão do cinema na sua produção artística. Entre as personalidades estão Stan Brakhage, Tony Conrad, Allen Ginsberg, Velvet Underground, Michael Snow, Kenneth Anger, Marie Menken, Ernie Gehr, James Broughton, Jack Smith, Norman Mailer, John e Jackie Kennedy, Ken Jacobs, John Lennon e Yoko Ono, Barbet Schroeder, Hollis Frampton, Timothy Leary, Harry Smith ou Edie Sedgwick.

Andy Warhol, Amy Taubin, Yoko-Ono, John Lennon e Jonas Mekas no 'Dumpling Party' de George Maciunas, em 1971

Boa parte da obra de Mekas celebra e homenageia seus amigos.
“Scenes from the Life of Andy Warhol”. Rodado entre 1965 e 1982, traz uma coletânea de "diários filmados" e conta com a participação de Andy Warhol. Entre os lugares registrados em Nova York estão La Factory, o Village Gate e a Fundação Warhol. Lou Reed, Allen Ginsberg, John Lennon, Yoko Ono, Paul Morrisey, John Kennedy Jr., Mick Jagger são alguns dos personagens focalizados em outros trechos desta obra. São poucas as filmagens apresentadas na íntegra, mais raras as de acontecimentos históricos como as da primeira aparição pública dos Velvet Underground em 1966.

SCENES FROM THE LIFE OF ANDY WARHOL FRIENDSHIPS AND INTERSECTIONS 1965 - 1982



Outra das mais importantes é “Happy Birthday to John”, de 1995, que inclui cenas da inauguração de uma exposição de John Lennon e Yoko Ono, no dia 9 de Outubro de 1971, que coincidiu com o aniversário de Lennon. O retrato da festa exala a beleza e a espontaneidade dos amigos do casal, enquanto tocam canções de alguns dos intervenientes gravadas no evento.

JOHN + YOKO BED-IN



A obra de Mekas transmite uma noção muito complexa da História, no que se refere às figuras de culto que rodeavam a sua câmara, para além da sua vivência pessoal. No processo de edição, as cenas são reapropriadas, recicladas, e adquirem novo significado. Neste sentido, Mekas é o criador do que foi testemunha e participante, ao fazer escolhas subjetivas e relativistas.

Jonas Mekas e Kenneth Anger

Os seus filmes são compostos de cenas fragmentadas, pedaços de película, muitas vezes constituídas por um só frame, mas raramente isoladas. As sequências duram de um segundo a poucos minutos, num ritmo sincopado. Sua câmara é intencionalmente instável, às vezes registra alguns segundos de gravação, em que Mekas não via o que estava filmando. Outras vezes, a câmara passa para as mãos de outra pessoa que resolveu filmá-lo. O seu estilo reflete movimento e variações rápidas de focagem. Raras vezes surgem sobreposições. Suas imagens trêmulas são caracterizadas pela cor desbotada e por tremeluzirem.

SONG OF AVIGNON - JONAS MEKAS - legendas em português (ative o captions - CC).



Mais recentemente, em 2007, Mekas utilizou o seu site como forma de usar as novas tecnologias aplicadas à sua técnica, criando uma plataforma chamada “365 Films”, que consiste na colocação online de uma curta por dia. A relação desde sempre muito íntima entre ele e o público tornou-se ainda mais próxima.


Em outubro de 1981 Jonas Mekas visitou o programa de TV Screening Room, por Robert Gardner, para discutir os esforços de preservação dos filmes do Anthology Film Archives, além de mostrar e discutir seu próprio trabalho, bem como os filmes de outros cineastas, incluindo Bruce Bailie, Deren Maya, e Joseph Cornell.

JONAS MEKAS: THE ARTIST'S STUDIO


08 abril 2012

GOOGLE: ‘PROJECT GLASS’

O Google divulgou na quarta-feira (4 de abril) as primeiras fotos dos óculos com tecnologia de realidade aumentada que a companhia está desenvolvendo.


Rumores de um sistema de realidade aumentada do Google já vinham persistindo há algum tempo, mas finalmente a companhia confirmou, oficialmente, que está trabalhando no “Project Glass”. Este é um dispositivo portátil, como os óculos, que sobrepõe dados conectados a internet na vida real.
Em uma postagem na rede social Google+ os funcionários do laboratório “Google X” – responsável pelo projeto - publicaram um vídeo descrevendo o quanto o dispositivo vai influenciar todos os aspectos da vida, e pediram a opinião dos usuários sobre o protótipo.


O protótipo mostrado pelo Google não possui um par de lentes como alguns esperavam – o display é uma pequena tela transparente que paira acima do olho direito do usuário. A inovação se conecta diretamente à Internet através de uma conexão 3G ou 4G, e mostra uma sobreposição de dados, on line, para as situações do cotidiano.
Os detalhes ainda são muito escassos, mas o vídeo introdutório do Google mostra muitas situações de uso. Nas imagens, um homem anda pelas ruas de Nova York e se comunica com os amigos, vê mapas, informações e tira fotos pelo comando da voz.

VIDEO: GOOGLE’S PROJECT GLASS



Basicamente, o ‘Project Glass’ examina, continuamente, a área imediata de atuação e fornece informações usando o que parece um motor heurístico (pesquisa de documentos existentes) visual. A interface é controlada por voz, possivelmente aumentada pelo rastreamento visual. A tecnologia combina uma câmera, microfone e outros sensores para criar uma espécie de sobreposição de tecnologia para o mundo real.


O Google não está dizendo muita coisa sobre o ‘Project Glass’ no momento - nem mesmo se ele roda em Android como rumores anteriores. Mas pode-se notar que os serviços de celular, vídeo chat, Google’s Voice Actions, Google Latitude, Google Maps, Navegação e Google Plus são totalmente integrados, pelo menos na demonstração do vídeo.


Podemos esperar que um programa experimental (similar ao Chrome Cr48) esteja em construção e, certamente, em junho, vamos ouvir falar mais sobre a tecnologia Google I/O.
Não há nenhuma palavra sobre quando o ‘Project Glass’ irá se expandir ou se ele pode se tornar um produto de consumo algum dia. Mas certamente todo mundo quer um, agora.

01 abril 2012

NOVOS CENTROS CULTURAIS, PÓS-MODERNOS, PARA A ARTEMÍDIA


Hoje os meios de comunicação e os suportes tecnológicos começam a fazer parte do cenário artístico. Desde a última década do século passado, artistas vêm trabalhando na interface entre a arte, ciência e tecnologia, com o objetivo de criar novas propostas estéticas que expressem o espírito da sociedade da informação: Arte computacional, Sky-arte, arte por satélite, arte da tele presença, tele invenção, imersão, realidade virtual, arte transgênica, bioarte e arte robótica. A ‘Artemídia’ inaugura o pensamento para uma nova estética. A informática, as telecomunicações e a biotecnologia, hoje juntas sob a denominação “revolução digital”, têm contribuído bastante no debate teórico e na produção artística que faz uso de dispositivos tecnológicos. A maioria dessa produção é realizada numa parceria entre artistas e pesquisadores - engenheiros, biólogos, físicos e cientistas da computação -, que se unem em uma proposta comum e incentivam a pesquisa científica.

OS NOVOS ESPAÇOS CONTEMPORÂNEOS DA CULTURA
Neste sentido, espaços culturais de ponta vêm surgindo e outros, instituídos, se reinventam e se adaptam à nova realidade para abrigar mostras de Artemídia. São espaços pós-modernos onde, ao mesmo tempo em que segmentam (atendendo à demanda das diversas possibilidades da arte), hibridizam (unindo no mesmo espaço essas diversas possibilidades).

SCIENCE GALLERY, NO TRINITY COLLEGE


A‘Science Gallery’ é um novo centro de ciência, público, localizado no coração de Dublin, onde as ideias se encontram. A galeria reúne pessoas com diversos interesses e conhecimento, incluindo pensadores criativos e jovens inovadores, para conectar, explorar, criar, debater e trocar ideias sobre ciência, tecnologia e as artes, abrindo esses campos para novos públicos.
O espaço consiste em um teatro multimídia com 144 assentos, estúdios, café e um impressionante espaço de galeria, proporcionando um local ideal para a apresentação de novos talentos, através de uma programação com exposições, eventos e workshops.
Com um público-alvo de jovens com 15 anos para cima e uma ênfase na criação de uma comunidade colaborativa, a ‘Science Gallery’, lançou em fevereiro de 2008, através do evento LightWave, um festival de nove dias que explora a arte e a ciência de controlar a luz, que já possui mais de 2.000 membros.

VIDEO: THE SCIENCE GALLERY - TOUR



EVENTOS NA SCIENCE GALLERY

LIGHTWAVE: ideias iluminadas
O Lightwave é um festival aberto, de nove dias, que incluiu palestras, workshops, performances e um ‘LightClub’ onde novas ideias iluminadas se desenvolvem ao longo de um encontro. Entre os oradores do festival, em 2009, estavam Beau Lotto, professor JR Gott, Pete Vukusic e David Edwards. Após o festival a exposição interativa ‘Lightwave’ continuou exposta na The Science Gallery.
O evento distingue tudo a partir de um universo em forma de cubo, para conversações sobre o peixe elétrico e um novo tipo de célula de combustível para fornecer a luz fora da rede na África. Desafia as trevas para explorar a nossa relação com a luz.

VIDEO: LIGHTWAVE



ARTBOTS: arte e tecnologia
O show de talentos robóticos ‘ArtBots’ é um evento que se propõe a celebrar a união de arte e tecnologia, e as aplicações não-violentas e ''não-muito-competitivas'' da robótica, mostrando ''robôs artísticos'' ou ''arte feita por robôs''.
A mudança do evento, em 2005, de Nova York para Dublin, na ‘Science Gallery’ do Trinity College, reforçou o caráter internacional da mostra, que conta com artistas de diversos países.

VIDEO: ArtBots



LOVE LAB: a ciência do desejo
O amor tem sido a inspiração para compositores, poetas e artistas desde o início dos tempos, mas agora os cientistas estão sugerindo que é tudo uma questão de química.
O evento ‘Love Lab’ provoca a investigação de uma série de diferentes disciplinas, incluindo a neurociência, psicologia, genética, fisiologia e bioquímica, e foi curada por alguns dos principais cientistas da Irlanda, incluindo o Professor Luke O'Neill – vencedor da Medalha Boyle, o geneticista Dr. Aoife McLysaght, a Professora Fiona Newell, e o cientista da revista ‘Science’ John Bohannon.

VIDEO: A CIÊNCIA DO DESEJO



CENTRO CULTURAL FACT, EM LIVERPOOL



O Centro Cultural FACT (Foundation for Art and Creative Technology) tem liderado, no Reino Unido, há 20 anos, a cena artística do vídeo, cinema e novas mídias, através de exposições inovadoras, educação e projetos de pesquisa. Ainda, a organização busca ser pioneira nas novas formas de interação artística e social com os indivíduos e as comunidades.
Durante sua história, o FACT tem curado e já apresentou mais de 250 obras de mídia digital de artistas como Pipilotti Rist, Bill Viola, Apichatpong Weerasethakul, Vito Acconci e Isaac Julien.

VIDEO PROMOCIONAL BBC: FACT



A fundação é membro do LARC (Liverpool Arts Regeneration Consortium), uma organização que tem parceria com oito das principais organizações culturais em Liverpool, criada para ajudar a garantir que o setor cultural desempenhe um papel importante na regeneração da Cidade de Liverpool e região.
O FACT é uma instituição de caridade e uma companhia limitada garantida.
O ‘Programe FACT’ é o núcleo artístico da organização, que encomenda e apresenta projetos de artistas do cinema, vídeo e novas formas emergentes de mídia, trabalhando com uma grande variedade de organizações parceiras.
O programa oferece quatro temporadas de exposições por ano, conectadas por um tema comum. Em 2009 o tema foi ‘UNsustainable’ (insustentável), em resposta ao Ano do Meio Ambiente do Conselho Municipal de Liverpool. Em 2010, Inovação e Bem-estar foram examinados sob o tema do Progresso.
Ainda, as exposições que têm sido curadas pelo FACT adquirem vida própria, depois de serem mostradas no prédio da fundação - passam a realizar temporadas nacionais e internacionais.

VIDEO: FACT – RETROSPECTIVA 2008



Em 2008, uma exposição reuniu trabalhos de Bioarte. A exposição Sk-interfaces abordava algumas das questões mais polêmicas da atualidade, fundindo ciência, tecnologia e arte. Ao todo, 15 artistas internacionais participaram da exposição.
Na ocasião, o curador da exposição, Jens Hauser, disse que "O que antes era entendido como uma superfície que representa o limite do eu, entre o dentro e o fora, hoje pode ser visto como uma fronteira instável".
Veja mais sobre a mostra Sk-interfaces clicando aqui.

CORNERHOUSE, EM MANCHESTER


O Cornerhouse é um dos principais centros para o cinema e artes visuais no Reino Unido. Localizado no coração da cidade de Manchester, aberto sete dias por semana, são 3 andares de galerias de arte contemporânea, três salas de projeção mostrando o melhor do cinema independente, um bar, café e livraria. No espaço, também é operada a Cornerhouse Publicações, um serviço de distribuição internacional para livros e catálogos de artes visuais contemporâneas. Ainda, o espaço é um gestor independente de caridade através do Centro Internacional de Greater Manchester para cinema e arte visual contemporânea.
Os patronos do Cornerhouse são: Danny Boyle, Damien Hirst e Helen Mirren.
Desde que o Cornerhouse foi inaugurado em 1985, após a conversão da loja de móveis antigos Shaw e do Cinema Tatler Club num espaço multimídia, alcançou uma reputação internacional de excelência artística e inovação, e recebe mais de 500.000 visitantes por ano. Tem um volume de negócios de € 2,3 milhões, anuais com caixa, negociação, captação de recursos e patrocínio.
Sua missão é ser um lugar onde o público, artistas e cineastas se reúnem para debater experiências, práticas culturais e idéias, através de um programa único, que visa estimular, divertir e informar.
O Cornerhouse é constituída por duas empresas: uma instituição de caridade que é uma companhia limitada por garantia (Greater Manchester Centro de Artes) e uma empresa comercial (Greater Manchester Arts Services). Estas empresas são geridas por conselhos de administração. A Cornerhouse emprega 30 funcionários de tempo integral, 20 funcionários em tempo parcial e ainda possui um staff com cerca de 35 funcionários casuais. O bar e as atividades de restauração são fornecidos por um parceiro externo.


CINEMA
Cornerhouse possui três salas de cinema: 1 na Estação Rodoviária Oxford, com 299 lugares e 2 no edifício principal, na Oxford Street, uma com capacidade para 170 e outra com 58 lugares. Em média, 35 títulos são exibidos por mês. O programa é de âmbito internacional e oferece filmes novos, inovadores e de vídeo, que resulta na seleção de uma gama muito ampla de trabalho.
Cornerhouse também realiza dois festivais de cinema por ano (Viva! Festival de filmes Espanhóis e Latino-Americanos, e a exibição: ‘novos talentos na imagem em movimento’), juntamente com uma série de turnês programadas.


PROGRAMA DE ARTES VISUAIS
As galerias do Cornerhouse apresentam o melhor das artes visuais contemporâneas para a cidade, exibindo trabalhos de importância internacional, iniciando e recebendo exposições itinerantes e, ao mesmo tempo, identificando oportunidades de apoio e promovendo os artistas do país.
O programa fornece uma plataforma de lançamento para jovens artistas britânicos e estrangeiros, através de exposições individuais, temáticas, retrospectivas e comissionamento de novos trabalhos, além do programa de exposições formal. A equipe do Programa Cornerhouse também organiza uma grande variedade de eventos pontuais e projetos de artistas de curto prazo, em todo o edifício principal. Ainda, colabora com outras galerias, o que resulta em turnês nacionais e internacionais para exposições do Cornerhouse e no seu reconhecimento mundial.
Entre abril de 2008 e março de 2009, o programa de exposições atraiu um público de mais de 55.000 pessoas nas sete exposições agendadas.

VIDEO: CORNERHOUSE – PASSAGEM DE EXPOSIÇÃO



PROGRAMA DE ENGAJAMENTO
O Cornerhouse está registrado como uma instituição de caridade e ensino, e se esforça para incentivar a aprendizagem ao longo da vida. O programa de participação situa-se no centro das suas atividades.
São eventos formais e informais, atividades incluem apresentações de filmes, palestras, convidados, notas de programa, os pacotes de informações, discussões, debates e visitas a exposições. Cursos noturnos também ocorrem durante todo o ano, com uma programação para os cinemas e as exposições.
A colaboração com uma série de organismos nacionais e locais é crucial para a manutenção da diversidade do programa artístico e iniciativas educacionais, assim como no incentivo da formação de público. Há colaborações regulares com o Goethe Institut, Instituto Cervantes e muitas instituições de ensino local e superior e organizações artísticas na cidade e fora dela.

SHOWROOM & WORKSTATION


O Showroom Cinema e Workstation Creative Business Centre é baseado numa versão adaptada de um prédio construído em 1930, localizado no centro da cidade de Sheffield, perto da estação de trem. O edifício abandonado foi adquirido para a reconstrução do Sheffield Media & Exhibition Centre Ltd (SMEC) em 1989 e inaugurado, em fases, a partir de 1993, até1998. Agora se tornou é um centro internacional e importante pólo cultural, assim como um dos maiores cinemas da cena independente da Europa, com quatro auditórios de luxo, espaços de educação, um café / bar e apresenta uma programação de filmes contemporâneos clássicos, do mundo todo.


O ‘Showroom’ realiza, regularmente, festivais e eventos criativos que dão a oportunidade de conhecer especialistas de diferentes mídias, aprender novas habilidades e cultivar idéias novas.
A ‘Workstation’ é uma estufa para o setor de indústrias criativas, com mais de 60 empresas arrendatárias trabalhando com clientes na região do Reino Unido, além de outras.
Aberto 364 dias do ano, a Exposição e Workstation Creative Business Centre é um centro cultural vibrante no coração de Sheffield, um lugar para conhecer, trabalhar, aprender e jogar.

VIDEO: THE SHOWROOM / WORKSTATION; A HISTORY OF