21 fevereiro 2012

ANIMAÇÃO: OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SR. MORRIS LESSMORE


Inspirado, na mesma medida, pelo furacão Katrina, Buster Keaton, O Mágico de Oz, e o amor pelos livros, "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" é uma história sobre as pessoas que dedicam suas vidas aos livros e à compensá-las pelos poderes curativos da estória. Usando uma variedade de técnicas (miniaturas, animação por computador, animação 2D) o premiado autor / ilustrador William Joyce e o Co-diretor Brandon Oldenburg apresentam uma experiência narrativa nova, que remonta aos filmes mudos e musicais da MGM em Technicolor. "Morris Lessmore" é tradicional, mas ao mesmo tempo de ponta.



“Os Fantásticos Livros Voadores do Sr. Morris Lessmore” (The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore) é um dos cinco curtas-metragens de animação considerados uma façanha extraordinária no 84th Academy Awards, em 2011
Desde a sua apresentação, o curta-metragem vem conquistado os fãs no mundo todo, e conquistou os seguintes prêmios:
• Cinequest Film Fest: Best Animated Short
• Palm Springs International ShortFest: Audience Favorite Award
• SIGGRAPH: Best in Show
E muitos outros.


Para baixar e saber mais de "Morris Lessmore" e outras Apps Moonbot clique aqui (iTunes).

15 fevereiro 2012

MIES VAN DER ROHE: CASA TUGENDHAT


A casa Tugendhat é uma das primeiras representantes do movimento modernista na história e colaborou para a aceitação, em todo o mundo, de uma nova maneira de se fazer arquitetura. Isto levou a Unesco a adicioná-la, em 2001, à lista de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Projetada por Mies Van der Rohe e construída entre 1928 e 1930 na cidade de Brno, República Tcheca, a casa é a construção mais importante do arquiteto na Europa, e deveria abrigar 11 pessoas em seus 2000m² - os cinco membros da família (o casal e três filhos) e seis empregados (a babá, duas empregadas domésticas, o cozinheiro e o chofer com sua esposa).

VIDEO: DOCUMENTÁRIO VIVIENDA TUGENDHAT



Sua idealização incorporou hábitos da época, como quartos separados para o casal. Porém, suas linhas não envelheceram e os móveis concebidos especialmente para ela são comercializados até hoje, no mundo todo.

VILLA TUGENDHAT, MIES VAN DER ROHE, BRNO



Para atender ao estilo de vida da família e garantir o seu conforto, um pavimento inteiro, o inferior, foi destinado aos equipamentos técnicos (central de aquecimento de água, de ar-condicionado, e do acionamento elétrico da área de vidro no ambiente social), muito inovadores para a época. Este piso ainda abrigava um laboratório fotográfico e sala de projeção para filmes, já que o patriarca, Fritz Tugendhat, também era fotógrafo e cinegrafista amador.


Segundo Fritz Tugendhat, a família procurava por luz, ar, clareza e honestidade e, logo após conhecer Mies Van der Rohe, o contratou. Em setembro de 1928, ao visitar o terreno, Mies percebeu que mesmo considerando as dificuldades impostas pelo declive, a vista e as condições de insolação eram muito favoráveis.


Esta orientação permitiu grandes aberturas para garantir o aquecimento da casa durante o inverno, sem perda de privacidade, pois esta face se voltava para o interior do terreno. Era a oportunidade ideal para realizar o conceito de abrir o espaço interno para o exterior através de uma ampla pele de vidro - uma das características marcantes do projeto.


O edifício foi organizado pelo arquiteto em três pavimentos, sendo que apenas o mais alto fica visível na rua, os outros dois encontram-se semi-enterrados. Os diferentes planos e volumes que compõem o edifício são dispostos assimetricamente. O volume que abriga as áreas de serviços e os quartos dos empregados possui acesso próprio.


Contrariando uma disposição convencional de usos, a área íntima se localiza no mesmo nível da rua. Este pavimento se divide em duas ‘caixas’ que abrigam os quartos dos donos da casa de um lado, e os quartos das crianças e da babá do outro lado. Todos os quartos têm acesso para um terraço privativo de onde se avista a cidade.
Ligando estas duas caixas e protegido por um plano de cobertura, há um “volume virtual” de vidro leitoso que abriga a escada e onde se localiza o acesso.


Descendo a escada em leque do hall, encontra-se a área social de um lado e as zonas de serviço de outro. No pavimento inferior, que formalmente funciona como pódio (parede baixa que se destina a suportar pilares), fica a área técnica da casa.


Ao localizar a zona dos empregados e dos moradores em lados opostos, Mies garante aos proprietários as melhores vistas, além de uma ótima orientação solar e privacidade. O arquiteto também consegue obter uma ampla área de jardim e uma maior distância dos vizinhos implantando o edifício na ponta norte do terreno.


O ambiente social se destaca das outras partes da casa - mais compartimentadas para atender a demandas funcionais - e expressa com clareza o conceito de planta livre. É pautado por pilares cruciformes, revestidos em aço inox, que refletem a luz e intensificam a sensação de espaço através do seu cromado, produzindo um efeito de desmaterialização da estrutura - quase negando a sua função.


A subdivisão entre área de estar, jantar, biblioteca e ante-sala, é sugerida na disposição dos móveis e dos planos leves, em materiais ricos como a madeira ébano e o mármore ônix. Estes ambientes integrados se ampliam para o exterior através das laterais envidraçadas. A vista privilegiada faz do local um verdadeiro mirante.


Dois módulos do pano de vidro que faz o fechamento da área social podem ser inteiramente recolhidos através de um sistema que é acionado eletricamente. Todas as janelas têm sombreamento adequado, através de persianas ou toldos, ambos de enrolar, evitando que a casa esquente no verão. Esta era, inclusive, uma das exigências da família.


Segundo Fritz Tugendhat: “No inverno a casa é mais fácil de aquecer do que uma casa tradicional com paredes grossas e pequenas janelas duplas. Graças ao vidro que vai do chão ao teto e à posição elevada da casa, o sol atinge o seu interior profundamente. Em dias gelados e ensolarados, podemos baixar os panos de vidro e, aquecidos sob o sol, admirar a paisagem coberta de neve. No verão, os elementos de sombreamento e o ar condicionado proporcionam temperaturas confortáveis”.



Os Tugendhat sempre defenderam a casa, já que, como acontece com o novo, ela foi alvo de questionamento. A família judia só deixou a casa em 1938, obrigada, devido à perseguição nazista iniciada no país.







FICHA TÉCNICA
Arquiteto: Ludwig Mies Van der Rohe
Contexto: Subúrbio
Clima: Temperado
Finalidade: Residencial
Sistema construtivo: Esqueleto de aço
Área total de piso: Aprox. 2000 m²
Estilo: Moderno
Período de Construção: 1928-1930
Local: Brno, República Tcheca. Rua Cernopolni, 45
Proprietários: Grete e Fritz Tugendhat (indústria têxtil)

Saiba mais com Luciana Fornari Colombo clicando aqui

05 fevereiro 2012

CINEMA UNDERGROUND: KENNETH ANGER


Kenneth Wilbur Anglemeyer (1927), ou Kenneth Anger, é um cineasta, autor e ator underground, marginal por excelência, conhecido por seus filmes experimentais, sem apêlo comercial. Ele se especializou em curta metragem e realizou, desde 1937, mais de quarenta filmes, ganhanhando a fama de ser um dos mais influentes cineastas independentes na história do cinema.
Realizou seu primeiro filme aos 9 anos, ‘Who’s Been Rocking my Dreamboat?’, do qual não restam vestígios, mas ficou conhecido com ‘Fireworks’, rodado em 1947, quando tinha cerca de 20 anos, e ainda freqüentava o curso de cinema da University of Southern California.


Anger descreveu a si mesmo como sendo um dos primeiros cineastas homossexuais dos Estados Unidos e, certamente, o primeiro a trabalhar com a homossexualidade de forma aberta. ‘Fireworks’ (1947) e ‘Scorpio Rising’ (1964), foram produzidos em função da legalização da homossexualidade nos Estados Unidos. Ele também se concentrou em temas do ocultismo, como nos filmes ‘Inauguration of the Pleasure Dome’ (1954), ‘Invocation of My Demon Brother’ (1969) e, principalmente, ‘Lucifer Rising’ (1972).


Durante os anos 60 e 70, o cineasta conviveu com diversas celebridades da cultura popular e do ocultismo, incluindo Anton LaVey (o fundador da Igreja de Satã), o sexologista Alfred Kinsey, o artista Jean Cocteau, o roteirista Tennessee Williams e músicos como Mick Jagger, Keith Richards, Jimmy Page e Marianne Faithfull.
Kenneth Anger é também o autor do controverso best-seller ‘Hollywood Babylon’ (1959) e sua sequência ‘Hollywood Babylon II’ (1986), onde expõe segredos de Hollywood.

FILMOGRAFIA CLÁSSICA


Kenneth Anger, introduziu o homoerotismo sadomasoquista em ‘Fireworks' (1947), onde ele mesmo interpretou o jovem tímido que, ao pedir fogo a um marinheiro musculoso, é espancado, tem o peito rasgado, as vísceras arrrancadas, e que culmina num fálico fogo-de-artifício. Neste curta-metragem em preto e branco, já é visível a sobreposição de elementos e o seu fascínio por uniformes.
Em 1949, ‘Fireworks’ foi premiado no Festival du Film Maudit de Biarritz, presidido por Jean Cocteau. Ali, já era possível perceber algumas das características de sua ótica: mistura de erotismo, surrealismo, documentário, ocultismo, cores, tempos, psicodrama e espetáculo.

FIREWORKS (1947)



Em1949 Anger começou a trabalhar no curta-metragem ‘Puce Moment’, filmado a cores. Por falta de financiamento o filme foi reduzido a seis minutos, inspirados no glamour das atrizes da década de 1920, numa sequência de imagens ostensivas e voluptuosas. Nesse mesmo ano, realizou ‘The Love that Whirls’, um filme baseado nos sacrifícios humanos astecas que, pela obscenidade exagerada, foi destruído pelos próprios técnicos do laboratório onde era processado.

PUCE MOMENT (1949)



A partir de 1950, Kenneth começou a ganhar notoriedade com um conjunto de filmes que exploravam um tom agressivo e perturbador, afastado das convenções sociais, estéticas e éticas, numa espécie de poesia visual quase sempre abstrata.
Em 1953, filmou ‘Eaux d'Artifice’ na Itália, uma das suas obras mais exuberantes e convidativas e, talvez, a mais abstrata. O filme consiste numa sequência de imagens de água, em torno da qual se movimenta uma figura de gênero indefinido.
Na sequência da morte da sua mãe, Anger regressou temporariamente a Hollywood, tendo então realizado uma das suas obras mais aclamadas, o épico psicodélico ‘Inauguration of the Pleasure Dome’ (1954).

INAUGURATION OF THE PLEASURE DOME (1954)

PARTE 1


Em ‘Scorpio Rising’ (1964), Anger documentou a vida e os sonhos de uma máfia de motociclistas de Coney Island, mostrando a simbologia de seu culto: imagens de comerciais de TV, brinquedos de corda, jóias falsas, máscaras, cartazes de Marlon Brando e James Dean, suásticas, caveiras e um Cristo hollywoodiano, tudo entremeado com cenas caseiras de uma festa.

SCORPIO RISING (1964)



A seguir produziu ‘Kustom Kar Kommandos’ (1965) - uma visão onírica do fenômeno adolescente americano (principalmente na Califórnia) do mundo dos carros modificados - os ‘hot rods’. Planejado originalmente para ser um filme de trinta minutos e oito partes, foi reduzido a um fragmento com três minutos, mais uma vez, por problemas de financiamento.

KUSTOM KAR KOMMANDOS (1965)



Entre os finais dos anos 1960 e 1980, o cineasta trabalhou em ‘Lucifer Rising’, o seu projeto mais complexo, ambicioso e problemático. Anger escolheu Bobby Beausoleil, um jovem que, em 1966, era guitarrista dos Love, para o papel de Lúcifer, mas em 1967 Beausoleil (que, mais tarde, se envolveu com Charles Manson e hoje cumpre prisão perpétua) roubou grande parte do material filmado. Isto levou Anger a publicar, em Outubro de 1967, um artigo que anunciava a sua morte como cineasta, e precipitou a sua ida para Londres.

LUCIFER RISING (1973)



No ambiente Londrino, onde estabeleceu amizade com Mick Jagger e Keith Richards, Anger sentiu de novo o apelo do cinema e, com partes do que teria sido a primeira versão de ‘Lucifer Rising’, decidiu produzir um novo filme, intitulado ‘Invocation of My Demon Brother’ – um curta de 12 minutos, com a música hipnótica de Mick Jagger.

INVOCATION OF MY DEMON BROTHER (1969)




FILMOGRAFIA RECENTE


Durante cerca de vinte anos, entre o princípio dos anos 1980 e os finais da década de 1990, Anger não lançou qualquer filme, dedicando-se, sobretudo, à escrita e à preservação do seu patrimônio cinematográfico.

No início do século 21 Anger volta à ativa com ‘Don't Smoke That Cigarette!’ (2000). Dois anos depois, surge ‘The Man We Want to Hang’, um curta-metragem que documenta uma exposição do artista Aleister Crowley na October Gallery de Londres.
Em 2004 acontece ‘Anger Sees Red’. No mesmo ano surgiu ‘Patriotic Penis’ e, no ano seguinte (2005), ‘Mouse Heaven’, uma montagem feita a partir de memorabilia de Mickey Mouse, um dos símbolos mais perenes da cultura popular norte-americana.

THE MAN WE WANT TO HANG (2002)



Em 2007, realizou três filmes: ‘Elliott's Suicide’, uma homenagem ao músico Elliott Smith, amigo e vizinho, ‘I'll Be Watching You’, um encontro sexual captado por uma câmara de vigilância, e ‘My Surfing Lucifer’, um tributo a Bunker Spreckels (1949-1977), famoso surfista e playboy norte-americano que herdou cinqüenta milhões de dólares quando tinha apenas vinte e um anos de idade, acabando por sucumbir a uma vida excessos.

Das obras mais recentes, destacam-se ‘Foreplay’ (2008), ‘Ich Will!’ (2008), ‘Brush of Baphomet’ (2009) e ‘Uniform Attraction’ (2009). ‘Foreplay’ é uma espécie de versão minimalista e homoerótica de ‘Zidane, un Portrait du 21e Siècle’ (Philippe Parreno e Douglas Gordon, 2006) que mostra o treino de um grupo de jogadores de futebol amadores. ‘Ich Will’ consiste numa montagem feita a partir de material de arquivo sobre a Juventude Hitleriana. ‘Brush of Baphomet’ é outra incursão de Anger à arte de Aleister Crowley, desta vez sobre as pinturas encontradas na Abadia de Thelema, em Cefalú, na Sicília. ‘Uniform Attraction’ é um estudo sobre a força simbólica dos uniformes militares.

DOCUMENTÁRIO COMPLETO: KENNTH ANGER'S HOLLYWOOD BABYLON


02 fevereiro 2012

MEIO-AMBIENTE: PACÍFICO NORTE É A MAIOR LIXEIRA DO MUNDO


Uma imensa área no norte do Oceano Pacífico contém uma imensa "sopa de lixo", com o tamanho maior que a soma dos territórios de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. O imenso depósito de lixo flutuante, a 1.600 Km da costa da Califórnia, se estende pelas águas do Havaí, e segue em direção ao Japão.

VIDEO: PACÍFICO NORTE, A MAIOR LIXEIRA DO MUNDO



A mancha foi descoberta por acaso pelo oceanógrafo americano Charles Moore, que em 1997, durante uma competição de barco à vela, optou por um trajeto diferente para cortar o caminho entre Los Angeles e o Havaí.

VIDEO TED: CAPTAIN CHARLES MOORE ON THE SEAS OF PLASTIC



Moore relatou ter ficado "surpreso com a quantidade de lixo com a qual se deparava dia após dia durante a viagem". Ele acredita que um quinto os dejetos seriam jogados de plataformas de petróleo e embarcações que passam pelo local. O resto viria do continente.

VIDEO: SYNTHETIC SEA



Depois de se deparar com a mancha pela primeira vez, Moore, que é herdeiro da indústria do petróleo, se tornou um ativista ambiental, criando a Fundação de Pesquisa Marítima Algalita, baseada nos EUA.


A área, conhecida como "giro pacífico norte" é um local onde oceano circula lentamente devido aos poucos ventos e aos sistemas de pressão extremamente altos que estariam "segurando o lixo".

POR DENTRO DA 'SOPA DE PLÁSTICO' (EM INGLÊS)



Não há registros realmente históricos do volume e tipo de material que foi derramado nos oceanos antes do estabelecimento de uma lei regulatória para o armazenamento de lixo. No entanto, estima-se que em 1968, 38 milhões de toneladas de material escavado, 4,5 milhões de toneladas de resíduos industriais, 4,5 milhões de lodo de esgoto, 100 milhões de toneladas de produtos à base de petróleo (plástico), 2,4 toneladas de resíduos químicos, e mais de 1 milhão de toneladas de metais pesados foram lançados no oceano.


Uma pesquisa realizada nos EUA mostra que entre 1946 e 1970 mais de 55.000 contêineres de resíduos radioativos foram depositados em três locais distintos do Oceano Pacífico. Além disso, outras 34 mil toneladas de resíduos radioativos foram depositadas em três locais da costa leste dos EUA entre 1951 e 1962. Nenhuma lei sobre resíduos radioativos foi posta em vigor antes de 1972.
Referência: Epa : United States Environnemental Agency

VIDEO: CATALYST ABC TV - PLASTIC OCEANS