22 dezembro 2011

‘SUMMER OF LOVE’: O VERÃO DO AMOR DE 1967


O verão de 1967, conhecido como ‘Summer of Love’, foi um acontecimento que mudou o Mundo. O evento teve origem numa passeata pela paz no dia 18 de abril de 1967, em Nova York, e reuniu centenas de milhares de participantes - a maior manifestação popular realizada nos Estados Unidos, até então.

VIDEO: A MARCHA PELA PAZ EM 1967



O movimento contou com a participação de intelectuais, astros da música, Hippies, professores e pessoas da classe média, para protestar contra a Guerra do Vietnã. Entre eles estava o líder do movimento pelos direitos civis, Martin Luther King Junior.

VIDEO: ANTI-VIETNAM WAR MOVEMENT DOCUMENTARY



Ao mesmo tempo, emergiam novos referenciais. Conceitos como paz, amor, liberdade sexual, maconha, LSD, underground e contracultura, começaram a antagonizar aos da Guerra do Vietnã, materialismo, consumismo, individualismo. Comunidades hippies surgiam em todo lugar: Nova York, Seattle, Atlanta, Los Angeles, Chicago, Vancouver, no Canadá, e através da Europa - contribuindo fundamentalmente para o movimento contracultural que se estabelecia nos Estados Unidos e na Europa.

VIDEO: GRIFFITH PARK EM LOS ANGELES NO SUMMER OF LOVE



Mas o epicentro de maior destaque dessa transformação aconteceu no distrito de Haight-Ashbury, em San Francisco – que passou a ser considerada a capital dos hippies, onde milhares de jovens estabeleceram residência temporária e se expressaram através da música, das drogas e da prática do amor livre.

DOCUMENTÁRIO BBC: THE SUMMER OF 1967 - THE SUMMER OF LOVE



O ‘Verão do Amor’ é considerado uma nova experiência social. A oposição à guerra inspirou estilos de vida "alternativos", numa nova era onde as pessoas ‘fariam amor, não guerra’. A geração dos hippies foi única em todos os sentidos. Eles contestavam questões como o meio ambiente, racismo, pobreza, e consumismo.

TEASER THE SUMMER OF LOVE: ONE SUMMER DREAM



Tudo começou em janeiro de 1967, quando aconteceu a reunião ‘World’s First Human Be-In’ no Golden Gate Park, em San Francisco, que reuniu cerca de 20 mil jovens cantando, dançando, e cobertos de flores, colares e pulseiras de contas.
A partir de então, a cidade passou a esperar a chegada de 100 mil hippies para o verão de 1967, chamado ‘Summer of Love’, o verão do amor. Vieram 200 mil. A Comissão de Parques precisou liberar áreas em torno de Haight-Ashbury para acampamento.

VIDEO: WORLD’S FIRST HUMAN BE-IN, 1967



O ano de 1967 também foi o mais importante da História da Música dos anos 60. A música “San Francisco” (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair), lançada em junho de 1967 para promover o Festival Pop de Monterey, foi o hino desse Verão e ficaria para sempre associado a essa época como um símbolo fundamental. “Se você for a S. Francisco, não deixe de colocar flores em seus cabelos”, dizia a canção escrita por John Phillips, da banda ‘Mamas and The Papas’, cantada por Scott Mackenzie.
Na Europa Central, os jovens adotaram "San Francisco" como um hino à liberdade, e foi amplamente tocada durante revolta da Primavera de Praga na Checoslováquia, em 1968, contra o domínio soviético.

SCOTT MCKENZIE: SAN FRANCISCO (BE SURE TO WEAR FLOWERS IN YOUR HAIR)



O Festival Pop de Monterey, realizado na Califórnia em Julho, foi uma espécie de introdução desse extraordinário verão – o ‘Summer of Love’, onde atuaram gratuitamente (com exceção de Ravi Shankar, que cobrou três mil dólares para tocar sua cítara) músicos como Jimi Hendrix, Janis Joplin - ainda com os Big Brother and the Holding Company -, Otis Redding, os Mamas and Papas, The Who e vários outros.


Ao mesmo tempo, os discos mais memoráveis eram lançados no mundo, criando o conhecido ‘ano da música’: foi o ano do lançamento do álbum de estréia do The Doors, The Velvet Underground, David Bowie e Jimi Hendrix, além do primeiro álbum de nível internacional dos Bee Gees. Também foi o ano em que surgiram bandas como Creedence Clearwater Revival e Genesis.
O disco Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band (Beatles, 1967), contribuiu muito para o movimento do ‘Summer of Love’: elevou o rock à categoria de arte e chocou a paisagem musical.

MONTEREY POP FESTIVAL 1967



Fatos curiosos: em 31 de março de 1967, Jimi Hendrix incendiou sua guitarra em público pela primeira vez e sofreu queimaduras nas mãos. A performance se tornaria sua marca nos shows. Em 25 de junho, os Beatles apresentam "All You Need Is Love" no especial ‘Our World’, que foi a primeira transmissão de TV ao vivo para o mundo inteiro. Na apresentação participaram Eric Clapton, membros dos Rolling Stones e The Who. Em 9 de novembro, Rolling Stone Magazine publica sua primeira edição. Em agosto, morreu o empresário Brian Epstein, um fator importante na futura separação dos Beatles.

HIPPIES


Os Hippies, junto com a Nova Esquerda e o Movimento dos Direitos Civis, foram o tripé daquilo que surgiu como Contracultura. A palavra ‘Hippies’, foi publicada pela 1ª vez no artigo “A New Haven For Beatniks”, de 5 de setembro de 1965, assinado pelo jornalista Michael Fallon em San Francisco. No texto ele usou o termo hippie para se referir à nova geração de beatniks que se mudou de North Beach para o distrito de Haight-Ashbury, em S. Francisco. Mas o termo foi massificado pela mídia a partir de 1967, depois que o colunista Herb Caen, do “San Francisco Chronicle”, passou a se referir aos hippies, diariamente.

DOCUMENTÁRIO PBS: THE SIXTIES - THE YEARS THAT SHAPED A GENERATION



Por causa da educação mais liberal, que estimulou a expressividade crítica, ocorreu um posicionamento contra o stablishment e os hippies pregavam a favor do paganismo, religiões e filosofias orientais, liberação sexual, LSD, expansão de consciência, vida em comunidades, paz, amor e liberdade pessoal. A cultura hippie era mais comportamental que musical, mesmo assim influenciaram a música nos EUA e na Europa, com a fusão de rock, folk, blues e rock psicodélico.


Cabelos e barbas compridos eram considerados uma associação à contracultura. A língua oficial era o rock. E mesmo o movimento sendo caracterizado pela busca da paz, não recuava diante da opressão e da injustiça.

DOCUMENTÁRIO: OS HIPPIES (History Channel)



Em San Francisco, surgiu o entorno da esquina da Haight com Ashbury, um reduto negro que foi redecorado com cores psicodélicas, artigos orientais, muito incenso e LSD. Vida comunitária, amor livre, culto à natureza, religiões orientais, astrologia, tarô. Nascia o psicodelismo.

VIDEO: A CULTURA DAS DROGAS NOS ANOS 1960



A exploração turística foi tão grande que, a partir desse evento, os hippies deixaram Haight-Ashbury, e foram viver em comunidades rurais alternativas. Passaram a produzir mercadorias naturais e artesanais, que logo foi engolido pelo sistema, que percebeu o potencial comercial desses produtos com grande apelo conceitual, natural. Então a indústria se adapta e também muda.


O espírito criativo e positivo iniciado em 1961 começou a desaparecer com a visão da Guerra do Vietnã, os assassinatos de John e Robert Kennedy, e de Martin Luther King. O Movimento Hippie colaborou com aspectos inovadores, criativos e humanizadores, e deixou marcas para o futuro: Amor Livre; Vida em comunidade; Negação de todas as regras do capitalismo; Decisões em conjunto; Agricultura de subsistência; Troca solidária; Moda: Roupas brilhantes de inspiração indiana, estampas inspiradas em motivos psicodélicos; Valores religiosos com influência oriental; Pacifismo; Bases do Movimento Ambientalista.

DOCUMENTÁRIO: HIPPIES REMEMBER THE GLORY DAYS



Saiba mais sobre os Hippies no blog Psicodelia Brasileira


Um comentário:

Anônimo disse...

Today is good indisposed, isn't it?