13 fevereiro 2010

MORRE LEE ALEXANDER McQUEEN


O estilista inglês Alexander McQueen morreu na Quinta-feira, 11 de Fevereiro, aos 40 anos. Suicidou-se em Londres, poucos dias depois da morte da sua mãe, ocorrida no dia 2 de Fevereiro, acontecimento que o deixou ‘devastado’.


Alexander Mcqueen confessou que estava com muita dificuldade em superar a perda da mãe, registrando, inclusive, no seu twitter: “Partilho com os meus seguidores que a minha mãe morreu ontem... é horrível... sei que a vida tem que continuar. (...) tem sido uma semana terrível... os meus amigos têm sido incríveis, mas ainda não arranjei maneira de me reerguer”.


Há três anos havia se suicidado, também, Isabella Blow, amiga íntima do estilista que o descobriu e ajudou a chegar à fama, comprando a coleção que ele fez para o final de curso no Saint Martins College of Art and Design. Entre 1996 e 2003, ganhou por quatro vezes o prêmio de estilista britânico do ano.


Isabella Blow - Videofashion por superalbertofilho

McQueen nasceu em Londres a 17 de Março de 1969 e era o mais novo de seis irmãos. Deixou a escola aos 16 anos para se tornar aprendiz de grandes mestres de costura, como Anderson & Shephard, Gieves & Hawkes ou Angels & Bermans. Depois de uma passagem por Milão, estudou Design de Moda no Saint Martins College of Art and Design.


Quando despontou no início dos anos 90, McQueen revolucionou a moda britânica e abriu caminho para uma geração de novos estilistas. Numa época em que o adjetivo “criador” dificilmente se aplica aos profissionais da área, Lee Alexander McQueen era um dos poucos merecedores de tal qualificação. Vanguardista, anarquista, subversivo, rebelde, desafiava paradigmas e propunha uma visão livre cheia de questionamentos relevantes para cada época.


Shalom Harlow working fashion history, 1999 por superalbertofilho

O estilista era conhecido como o enfant terrible da moda britânica, pelos seus desfiles provocadores e extravagantes. Ele foi um dos primeiros de sua geração a criar a consciência de que a moda não se sustentava sozinha. Foi nas artes, no teatro e na tecnologia que Alexander encontrou a fórmula que levou suas roupas e desfiles às últimas consequências. McQueen compreendeu desde o início de sua carreira que a moda precisava estar conectada às outras áreas de conhecimento para ganhar força e relevância.


Alexander McQueen, retrospectiva por superalbertofilho

Alexander McQueen deixa um legado sem precedentes para a moda, mas sua morte também cria uma lacuna de criatividade que dificilmente será preenchida por qualquer dos seus sucessores.

DESFILES TEATRAIS

Seus desfiles misturavam inovação, novas tecnologia e espetáculo com resultados extraordinários. Assim, ateou fogo, cobriu de água, fez chover, nevar, jogou xadrez, amontoou lixo, soltou lobos, levitou modelos, prendeu-as num manicômio, utilizou robôs para jogar jatos de tinta em suas roupas e projetou holografia, nas passarelas, trazendo drama e teatralidade para o mundo dos desfiles. Ele também experimentou transmitir seus desfiles ao vivo pela internet.


Kate Moss Hologram por superalbertofilho

Em 2006, ele projetou um holograma da modelo Kate Moss na passarela. No final do desfile uma imagem enevoada começou a surgir dentro da pirâmide de vidro que ficava no meio da passarela. Aos poucos, o rosto da figura fantasmagórica foi surgindo, azulada e começou a se contorcer delicadamente, estarrecendo toda a platéia, que, mesmo com a tradicional discrição francesa, não se conteve e soltou sonoros "ohhh".


Coleção primavera / verão 2001 por superalbertofilho

Seus desfiles eram sempre à frente de seu tempo, como uma produção completa, disse Faye Sawyer, produtora de moda e editora da revista 125. “Ele fez as pessoas acharem que não era apenas cabelo e maquiagem. Ele estava fazendo algo que as pessoas pudessem ser testemunhas.”


Plato's Atlantis por superalbertofilho

Em 2009, seu desfile da coleção promavera / verão destacou seu talento e sua paixão pelo espetacular: teve câmeras robóticas e modelos usando sapatos altíssimos com garras.
A coleção explorou a relação entre o homem e a Terra, sob uma ótica pessimista. Num clima de quase ficção científica, as mulheres se transformaram em seres “estranhos” para se adaptar a uma nova realidade.
McQueen trouxe volumes estruturados, cintura marcada e estampas digitais, misturando formas geométricas e abstratas com escamas de répteis. O efeito foi o de uma textura que traduziu, de forma eficiente, a idéia de mulher em metamorfose.

01 fevereiro 2010

APÓS DEZ ANOS, ITÁLIA INAUGURA AUDITÓRIO DE NIEMEYER


Após dez anos de controvérsias, a Itália inaugurou sexta-feira (29/01), na cidade medieval e turística Ravello, um moderno auditório desenhado pelo brasileiro Oscar Niemeyer.
O Auditório de Ravello, também chamado de Auditorium Oscar Niemeyer, com capacidade para 400 pessoas, foi idealizado há uma década. A obra teve custo de 18 milhões de euros (cerca de R$ 46,62 milhões).


O prédio aponta para o mar Mediterrâneo como uma folha ondulada. A estrutura é formada por uma grande concha acústica branca de cimento armado. A onda de cimento armado de Niemeyer pode ser vista de longe, num pequeno trecho da costa Amalfitana, no sul da Itália.
A demora para a conclusão do projeto foi ocasionada por polêmicas, denúncias e recursos judiciais contra ela (oito no total). A obra era acusada de violar uma das paisagens mais bonitas da península, a Costa Amalfitana.
Com a inauguração, Niemeyer, que nunca foi na pequena cidade italiana, recebeu uma homenagem de 3 dias, que incluiu uma exposição sobre sua vida, concertos de música clássica e moderna, dança, filmes, documentários e uma palestra sobre sua vida e obra.

Obstáculos

Niemeyer começou a projetar o auditório em 2000, a pedido do amigo Domenico De Masi, sociólogo que preside a Fundação Ravello, mas projeto demorou por causa de uma lei local que impede novas construções na cidade, de apenas 2,5 mil habitantes. Depois de oito ações judiciais obstruindo a obra, o auditório finalmente saiu do papel.
Para desenvolver o auditório de Ravello, Niemeyer não precisou pisar na Itália nenhuma vez. De Masi explica que fotos do local, mapas topográficos e visitas de colaboradores de confiança guiaram os olhos e as mãos do arquiteto ao longo do projeto.

O auditório

VÍDEO: LA STORIA DELL'AUDITORIUM OSCAR NIEMEYER


La storia dell'auditorium Oscar Niemeyer por superalbertofilho

O projeto italiano de Niemeyer, em formato de uma enorme concha acústica, tem as fachadas, frontal e lateral, espelhadas, que duplicam o efeito visual da paisagem cinematográfica.
Internamente, as paredes e os tetos foram cobertos de placas onduladas de acrílico. Esse material, aliado ao formato côncavo do salão, garante uma reverberação sonora perfeita. O piso é de parquet (pedaços de madeira de tamanhos variados).
As poltronas foram desenhadas pelo próprio Niemeyer e produzidas pela fábrica italiana Frau, uma empresa de design de grande projeção internacional. As cadeiras são revestidas com uma tela especial em quatro tonalidades diferentes de azul, reproduzindo as cores do mar.
“Oscar Niemeyer se superou. Foi além das nossas expectativas, como sempre. O projeto foi realizado perfeitamente. Ele é mais bonito do que todos nós imaginávamos que seria. Falei com ele alguns dias atrás e o arquiteto está muito feliz com a inauguração”, disse o sociólogo De Masi.

Niemeyer na Itália

O auditório não foi a primeira obra de Oscar Niemeyer no país. Em 1975, o arquiteto ergueu em Segrate, periferia de Milão, a sede do grupo Mondadori à imagem e semelhança do Palácio do Itamaraty.
Ao longo dos cinco anos seguintes, Niemeyer construiria o quartel-general da Fata Engineering, em Turim, com andares intermediários suspensos da terra e fixados com tirantes de aço, tudo apoiado em seis pilastras.
O arquiteto também projetou teatros em Vicenza e Padova e uma ponte em Veneza, entre outros. Nem todos foram concretizados, mas os croquis e maquetes fazem parte da exposição no auditório de Ravello sobre a carreira de Niemeyer.

VÍDEO: OSCAR NIEMEYER - AUDITORIUM (RAVELLO - ITALY), 2010


Oscar Niemeyer - Auditorium (Ravello - Italy)... por superalbertofilho

Saiba mais sobre o projeto aqui: http://www.auditoriumoscarniemeyer.it/

iPAD QUER PROVOCAR UMA REVOLUÇÃO


Os Estados Unidos pararam para assistir quinta-feira passada à apresentação de Steve Jobs, presidente da Apple, no lançamento do já considerado revolucionário iPad – uma prancheta digital que une as funções de computador, videogame, tocador de músicas e de vídeos e leitor digital – em cerimônia na cidade de San Francisco.
Ainda magro em consequência de problemas de saúde, Jobs subiu ao palco e exibiu pela primeira vez o iPad, que vinha sendo aguardado desde o fim do ano passado.
"Nós queremos iniciar 2010 com a introdução de um produto verdadeiramente mágico e revolucionário. É muito mais intimista do que um laptop e bem mais capaz do que um celular inteligente", afirmou o presidente da Apple para uma audiência de dezenas de jornalistas. Ainda, segundo Jobs, a duração da bateria foi o principal obstáculo para o desenvolvimento do produto.
Com uma tela colorida sensível ao toque de 9,7 polegadas, conexão WiFi e 3G, processador de 1Ghz e bateria com duração de até 10 horas de uso, o iPad era um dos produtos de tecnologia mais aguardados pelos fãs de tecnologia. O modelo mais avançado, de 64 gigabytes, custará US$ 829, enquanto o mais simples poderá ser adquirido por US$ 499. Os dois devem estar à venda nas lojas da Apple nos Estados Unidos em dois meses.
Por meio do aplicativo iBooks, será possível comprar livros digitais, podendo girar as páginas como em um produto de papel, tornando o iPad um concorrente direto dos aparelhos de leitura avançados, como o Kindle, da Amazon, e o Nook, da Barnes&Noble. Só que os dois se diferem do iPad. Ambos são direcionados apenas para a leitura, a luminosidade da tela é diferente, cansando bem menos a vista. Para serem lidos, precisam de iluminação externa, como se fosse um livro. O iPad terá uma luminosidade igual à de um computador comum, vinda da tela, cansando a vista da mesma forma.
A expectativa, porém, se dá na imprensa. Jornais e revistas, por terem textos menores, diferentemente de livros, podem ser lidos com mais facilidade em telas de computadores e tablets, sem o problema do cansaço da vista. Alguns jornais e revistas, como o New York Times e as publicações da Condé Nast, já começaram a desenvolver formatos para serem adaptados ao iPad.

Veja a apresentação de Jobs


OLIVER STONE: PURA POLÊMICA

HITLER É BODE EXPIATÓRIO

O cineasta americano Oliver Stone disse no domingo (10/01), que o líder nazista Adolf Hitler foi um "bode expiatório fácil" ao longo da História.

As declarações de Stone foram feitas durante uma entrevista coletiva da Associação de Críticos de Televisão, em Pasadena, na Califórnia, onde foi exibido o trailer de sua mais nova obra: a minissérie The Secret History of America ("A História Secreta da América"), que deve estrear nos Estados Unidos ainda neste ano.
Segundo ele, a minissérie vai mostrar como as corporações americanas se envolveram no financiamento do partido nazista alemão.
"Não podemos julgar as pessoas apenas como 'más' ou 'boas'. (Hitler) é o produto de uma série de ações. É uma relação de causa e efeito. Muitos americanos não entendem a conexão entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais", disse Stone.
O cineasta, autor de filmes polêmicos como Wall Street, JFK e W, também fez comentários sobre outras figuras controversas da época da Segunda Guerra Mundial e que estão retratadas em sua minissérie, como o presidente soviético Josef Stálin.
"Não quero pintá-lo como herói, mas tento fazer uma representação mais factual dele. Ele lutou contra a máquina alemã mais do que qualquer outra pessoa", afirmou.
Stone, disse esperar uma reação negativa a sua minissérie por parte dos políticos e das figuras mais conservadoras dos Estados Unidos.
CHÁVEZ AO LADO DE OLIVER STONE EM VENEZA

No ano passado (Setembro), o presidente da Venezuela Hugo Chávez participou, no Festival de Veneza, na Itália, da exibição oficial do documentário South of the Border (Ao Sul da Fronteira), dirigido por Oliver Stone e no qual o líder sul-americano é um dos protagonistas.
Ao entrar na sala de exibição, Chávez foi ovacionado pela platéia, que aplaudiu o presidente venezuelano de pé.
No documentário, Stone faz uma incursão pelos países latino-americanos governados pela esquerda, em especial a Venezuela.
“O que está acontecendo na América Latina, ali tem um movimento como um renascimento e Stone captou tudo com sua câmera e sua genialidade”, disse Chávez à imprensa.
O diretor, por sua vez, afirmou que o filme é uma resposta aos ataques e acusações feitos por parte da imprensa, sobretudo a americana, contra Chávez.
“Queria fazer um filme sobre os ataques dos meios americanos. Sentia que era muito pequeno para o que este homem representa. Este homem é um grande fenômeno”, disse Oliver Stone sobre o presidente venezuelano.
“Por isso, fizemos uma espécie de filme de viagem para visitar os outros presidentes e vimos o lado positivo do que está acontecendo, a mudança na região. É um fenômeno muito importante que é ignorado pelos Estados Unidos”, afirmou.
Além de Chávez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participa do documentário, assim como a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo, do Equador, Rafael Correa e também o líder cubano Raúl Castro.
O produtor de South of the Border, Fernando Sulichin, disse que o filme mostra Chávez 'assim como ele é':“É uma pessoa com uma visão histórica bastante importante”, disse.

Veja o trailer oficial do documentário 'South Border'