09 novembro 2009

20º ANIVERSÁRIO DA QUEDA DO MURO DE BERLIN

A Alemanha e o mundo estão em festa neste mês, comemorando o vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim - Berliner Mauer.


Em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, o governo da Alemanha Oriental anunciou que todos os seus cidadãos poderiam visitar o lado ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração.

A QUEDA DO MURO DE BERLIN – 20 ANOS



Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico, caçadores de souvenirs e por fim, os equipamentos industriais, abrindo caminho para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990.

A COBERTURA DA QUEDA DO MURO DE BERLIM (1989)



Apesar do fato de que o mundo todo avançou de forma impressionante nas duas últimas décadas nas áreas política, econômica, social e tecnológica, o fim da separação das Alemanhas e da Guerra Fria, também representou mudanças negativas para o planeta, dando espaço ao terrorismo, até então impensável.


Segundo o historiador Frederick Taylor, autor do livro “Muro de Berlim”, em entrevista ao site do G1, a queda do Muro fez com que tudo fosse possível, o bom e o ruim: o surgimento de Nelson Mandela e o fim do apartheid na África do Sul, assim como Osama bin Laden e a al-Qaeda. Para Taylor, o terrorismo da al-Qaeda, de certa forma, é um reflexo do fim da Guerra Fria, já que União Soviética e Estados Unidos tinham suas áreas de proteção geopolítica e mantinham uma ordem global, evitando a destruição mútua que sabiam ser possível, e deixando o mundo em uma certa ordem estabelecida.

DOCUMENTÁRIO: DA REVOLUÇÃO RUSSA E A QUEDA DO MURO DE BERLIM



Já o historiador norte-americano Jeffrey Engel, professor na Universidade do Texas A&M, também em entrevista ao G1, observou que o conflito ofuscava todos os outros problemas internacionais e regionais, e evitava que guerras se consolidassem de forma global. “Com o fim do confronto entre EUA e URSS, estes movimentos tiveram espaço para entrar em ebulição, criando tensão internacional, permitindo a globalização do terrorismo.”


Entre os efeitos positivos do fim da Guerra Fria, os historiadores apontam para o Brasil como um exemplo marcante. Em 1989, quando caiu o muro e o bloco soviético, o Brasil elegia um presidente de forma direta pela primeira vez desde 1961 (mesmo ano em que o muro foi erguido), uma nova Constituição havia sido promulgada um ano antes, e o país, que saía de 20 anos de ditadura, entrava numa nova era social econômica e política.

DOCUMENTÁRIO: CONSTRUÇÃO E QUEDA DO MURO DE BERLIM



Segundo Engel, todos os acontecimentos globais, mesmo os do Brasil, até 1989, podem ser vistos como reflexo do conflito entre capitalismo e comunismo. Taylor diz que o Brasil, assim como o Chile e a Argentina, criaram um modelo de capitalismo com preocupação social que pode ir além da já tradicional social-democracia européia e que podem ser o futuro deste sistema econômico.

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